domingo, 28 de dezembro de 2008

ZH prepara leitores para reforma ortográfica


O novo acordo ortográfico entra em vigor na próxima quinta-feira. A mudança afeta cerca de 0,5% das palavras utilizadas no Brasil. Para ajudar seus leitores, durante o período de transição,o jornal Zero Hora vai apresentar um guia para ser destacado e guardado, com explicações e exemplos de todas as mudanças.

O acordo ortográfico foi acertado pelo bloco de oito nações de língua portuguesa no mundo. Convém ficar atento, adaptar-se logo, mas não há motivos para alarme em caso de dificuldades. Sancionada em 29 de setembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a reforma concede prazo até dezembro de 2012 para que se adotem as novas regras. Durante a transição, ninguém poderá ser punido por escrever pela norma antiga. Nem mesmo em vestibular ou concurso público.


Como será a implantação da reforma ortográfica no Brasil:

> Vigora a partir de 1º de janeiro de 2009, mas não de forma obrigatória. Haverá um período de transição de quatro anos. Até 31 de dezembro de 2012, as duas normas irão coexistir.
> O Brasil será o primeiro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) a implementar a reforma.

> As mudanças deverão atingir aproximadamente 0,5% das palavras adotadas no Brasil. Nos demais países, as alterações podem alcançar 1,6%.
> Até 31 de dezembro de 2012, o modo como se escreve hoje será admitido em vestibulares, concursos públicos, provas escolares, livros e órgãos de imprensa.
> Não haverá uma escala de prioridades para implantação. O prazo de transição vale para todos. Ninguém será penalizado por escrever pela norma antiga durante o período.

> As escolas públicas devem receber os dicionários adaptados até o fim de 2009. Já os livros didáticos precisam estar prontos, pelo menos para algumas séries, em 2010.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL


As sementes da vida precisam ser semeadas com paz e amor,
e assim, poder gerar o alimento que precisamos para viver.

Viver com alegria, coragem e determinação de seguir adiante.
Viver o presente com sabedoriae plenitude
para que o ontem seja um sonho de felicidade e
cada amanhã uma visão de esperança.

FELIZ NATAL

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A síndrome do grito


Quem nunca teve uma grande expectativa quanto a um filme? Esperou semanas até que estivesse em cartaz num cinema perto de sua casa. Ou mesmo, precisou aguardar para alugar o título em DVD?

Esse anseio eu tive com o filme O Grito. Lembro que me falaram maravilhas sobre a produção. Os thrillers só indicavam que realmente era digno de ser assistido. Não tive a oportunidade de vê-lo no cinema, mas lembro que precisei aguardar umas três semanas depois de o título estar disponível na locadora. Criei grandes expectativas. Estava louco para ver O Grito.

Quando finalmente consegui reproduzir o filme em meu computador, a trama parecia me intrigar. Confesso que estava vidrado. Porém, nem todas as expectativas se confirmaram. Elas acabaram se tornando frustração. Quando terminou, tive vontade de quebrar meu monitor. Uma porcaria. Odiei o final. Fiquei me perguntando: “como eu esperei tanto tempo pra ver uma m... desta?”.

Consegui me controlar a tempo de não destruir o computador. Afinal, ele não tinha culpa do filme ser ruim. Desde então, tento não criar muitas expectativas quanto aos filmes. Apenas espero o momento que ele está em cartaz no cinema ou disponível no acervo da locadora.

Recentemente, foi lançado o longa-metragem Ensaio sobre a cegueira. Dirigido por Fernando Meirelles, a trama é baseada no livro do escritor português José Saramago. A crítica falou maravilhas da produção, que freqüentou os destaques das colunas de jornais por boas semanas. A cada comentário que lia sobre o Ensaio, mais vontade tinha de assistir ao título.

Creio que deva ter feito umas quatro tentativas frustradas de assisti-lo. Mas seguindo a lei de Murphy, sempre surgia um empecilho. Concluí que poderia estar sendo vítima da Síndrome do Grito. Parecia que não era pra eu ver. A vontade era tanta, que comecei a ter medo de frustrar-me novamente. Mas sábado, quase dois meses depois do seu lançamento, finalmente consegui ir ao cinema para assistir ao Ensaio sobre a cegueira. Ele ainda está em cartaz na Casa de Cultura Mário Quintana. Antes, porém, comentava na cafeteria como deveria ser bom o filme e quão ansioso eu estava em conferir de perto o trabalho de Meirelles.

O filme começa. Um surto de euforia e resignação toma conta de mim. A trama estava passando diante de meus olhos. Finalmente! Um homem está dirigindo um carro no meio do trânsito. De uma hora para outra ele perde a visão. Não consegue mais enxergar. O que vê: só uma substância leitosa, branca. O rapaz é encaminhado para um oftalmologista, que nada de errado encontra na sua visão. No outro dia, o médico também fica cego. A doença é contagiosa. A mulher do médico ainda consegue ver. Diz que não o abandonará.

A cegueira branca logo se espalha. Um a um, todos na cidade ficam cegos. É o caos. Os doentes são encaminhados para algum timo de hospital-prisão. Lá, não há médicos. Eles são os únicos responsáveis por sua sobrevivência. Só se entra. Não se sai. Quem infringir a regra leva bala.

No hospital, a única pessoa que pode ver é a mulher do médico. Com o passar dos dias, mais e mais pessoas vão chegando à quarentena. A comida começa a ficar escassa. Os grupos dividem-se em três alas. Na luta pela sobrevivência, é criada uma sociedade alternativa, com poderes paralelos.

Num caso destes, é melhor ver tudo o que está acontecendo? Ou será que é preferível ser cego, mas enxergar as coisas como realmente são? Com certeza Ensaio sobre a cegueira é um filme marcante. É uma produção que nos instiga a pensar muito sobre a vida.

Uma cena marcante, dentre inúmeras, foi a parte posterior à saída do grupo liderado pela mulher do hospital. Quando ela estava voltando à cafeteria onde haviam se instalado provisoriamente no caos da cidade, ela entra em uma igreja. Lá há um padre faz orações e fala às pessoas sobre as provas divinas. Ele cita Paulo, o apóstolo que teve sua fé posta à prova. Que Jesus o tinha cegado. Pensei comigo: “Fé. Era tudo uma questão de fé”.

Curiosamente, notei que os santos estavam todos com os olhos vendados. Teria sido para que também não pudessem ver? Por fim, no apartamento do médico, as coisas começam a voltar ao normal. A primeira pessoa a ficar cega recupera a visão. Todos o felicitam por sua melhora.

O narrador nos instiga a pensar: estariam eles felizes pela volta da visão do amigo? Ou será que a felicidade era em virtude de que o homem havia sido o primeiro a ser infectado pela cegueira branca? E que mais dia menos dia eles também voltariam a enxergar?

A mulher, tão valente e forte durante todo o filme pensa que estava começando a ficar cega. Ensaio sobre a cegueira é um filme tenso. Há muitas cenas fortes que induzem questionamentos. Até onde vamos por nossa sobrevivência? Qual nosso limite moral? E ético?

Muitas vezes os nossos olhos podem ver, mas nós não enxergamos. E outras, somos cegos, mas conseguimos enxergar. Portanto, se você pode ver, veja! Se você pode enxergar, observe.

Muito bom o filme, recomendo. Valeu a pena esperar. Agora, vamos ao livro.

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*Este é o último texto de opinião do ano. Portanto, gostaria de desejar um Feliz Natal e um bom início de ano a todos.
Putz! Nem tinha visto. Já ta na hora de ir pra praia. Abraço e até ano que vem.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Curso aborda TV digital


A inserção da TV digital no mercado brasileiro ainda provoca dúvidas sobre a forma de utilização da nova tecnologia. Pensando nisso, a Famecos promove entre os dias 5 e 15 de janeiro, o curso TV Digital: novas oportunidades tecnológicas e profissionais.

Com duração de 30 horas, o curso é aberto a jornalistas, publicitários, engenheiros, radialistas e estudantes de comunicação. As inscrições devem ser realizadas na Pró-Reitoria de Extensão da PUC, Prédio 40, sala 201 do Campus Central (Av. Ipiranga, 6.681). Maiores informações pelo telefone (51) 3320-3506 ou 3320-3543.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Livro recupera história da imprensa brasileira


A história da imprensa brasileira precisa ser preservada, mantida a salvo da poeira e da passagem do tempo. Partindo deste princípio, foi lançado nesta quarta-feira, 17, no Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa o livro Jornais Raros do Musecom 1808 - 1924.

A publicação recupera 150 jornais, semanários e periódicos publicados no Brasil entre 1808 e 1924, acompanhados de verbetes. Com o livro, um CD ROM amplia para 300 o número recuperado. O material destina-se a escolas, universidades e bibliotecas.

Iniciada em 2005, a recuperação foi financiada pelo Projeto Viva Petrobras, que visa dar melhor condições aos acervos culturais, resguardando as publicações dos percalços causados pelo tempo.

A professora da Unisinos Márcia Miranda, que também trabalha no Hipólito da Costa, acha difícil identificar o impresso mais importante que compõe a obra. Mas destaca periódicos imprescindíveis para a história, como o Diário de Porto Alegre (1827) – o primeiro jornal Gaúcho –, O Povo (1838) e A Sentinela do Sul (1867). “A restauração dos impressos faz parte de um trabalho contínuo da instituição. Em breve esperamos contar com um número maior de periódicos recuperados”, prevê.

Dois anos da conquista do Mundo



Há exatos dois anos, no dia 17 de dezembro de 2006, o Internacional conquistava o mundo. Ao bater o poderoso Barcelona por 1 a 0, gol de Adriano Gabiru, o colorado tornava-se o primeiro clube gaúcho CAMPEÃO DO MUNDO, segundo entidade máxima do futebol, a FIFA.

De lá pra cá, o Internacional ganhou prestígio, sendo alçado a categoria das maiores equipes do mundo. Sem contar o patamar histórico de mais de 80 mil sócios. Está entre os dez times com maior número de sócios no mundo.

Parabéns Inter! Dois anos da conquista do MUNDO.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Brasil é segundo em entretenimento


Uma pesquisa realizada pela consultoria Nielsen apontou que o Brasil ocupa o segundo lugar em consumo de entretenimento. As Filipinas ficaram em primeiro lugar no estudo. Por região, a América Latina ficou em primeiro lugar, seguida por Ásia, América do Norte e Europa. Ao todo, 26 mil usuários de internet em 52 países foram ouvidos entre setembro e outubro.

A consultoria Nielsen também organizou um ranking geral e estruturou a pesquisa em quatro categorias: música, videogames, mídia digital e aparelho mais usado. Nesta divisão, o Brasil ocupa o primeiro lugar em consumo de música. Em seguida aparecem as Filipinas, a Colômbia, a Venezuela e o México.

Conforme informações do site Adnews, a supervisora da pesquisa da Nielsen, Klaas Hommez, atribuiu o resultado do estudo à pirataria, que manteve baixo os preços de música e filmes digitais.

Na categoria de mídias digitais, o Brasil ocupa o oitavo lugar. Já em videogames, o país ficou em nono. O computador é apontado como o equipamento mais utilizado pelos participantes da pesquisa, com 77% de preferência. Em segundo lugar ficou a televisão, com 75%.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

A união entre a música e a poesia


Não é de hoje que a música brasileira está em crise. É notória a diminuição da qualidade musical. O que faz sucesso na mídia atualmente? A década de 1990 foi marcada pela consolidação das bandas de rock. Grupos como Nenhum de Nós, Papas da Língua, Reação em Cadeia e Cidadão Quem trazem em suas letras um pouco de cultura, expressadas nas melodias. A Comunidade Nin-Jitsu faz uma mistura de rebeldia com consciência. A “mensagem” que passam tramita muito nos dois eixos.

Mas nada se compara com o que predomina a mídia atualmente. A primeira década do século XXI está sendo marcada pelo crescimento do funk. As gravadoras lançam a cada dia um novo single. Não pensem que odeio funk. Ao contrário. Curto bastante o estilo. Mas o funk em sua origem, na essência. Não estes que tomam conta das rádios e festas hoje em dia.

Qual a cultura que estes grupos musicais inserem na já caótica sociedade brasileira? Pouco eu diria. A banalização da música é o que faz sucesso. Quanto mais bizarra, melhor.

Semana passada, assisti a um show do Teatro Mágico. Só conhecia a banda de nome. Diziam que era bom, mas nunca cheguei a procurar ouvir. Talvez por desinteresse. Ou quem sabe movido pelo impulso que diz que só o que toca na mídia é bom. Sei lá.

Mas para minha grande surpresa, o Teatro Mágico não é apenas mais uma banda buscando seu espaço. É também cultura. Criada há cinco anos, o grupo é a união da música com a poesia. Sem contar a qualidade musical que une no palco violino, sax, guitarra, baixo e bateria. Em suas canções, letras que buscam levar um pouco de cultura e poesia ao Brasil. Uma delas, inspirada em contos do nosso eterno poeta Mário Quintana.

O grupo, que teria tudo para ser um dos grandes sucessos nacionais, obtendo grande espaço na mídia - afinal, cultura é sempre bem vinda -, é uma banda independente. Não se enquadra no cenário musical atual. E como não tem gravadora, não aparece na mídia. A cultura fica renegada, transformando-se num mero instrumento lucrativo.

Mas nós podemos fazer a nossa parte e buscar alternativas. Nesse sentido, a internet é nosso aliado. É incrível a quantidade de coisas que podemos encontrar navegando pelas páginas dos sites. Uma cultura que a mídia não oferece ou parece não estar disposta a difundir. Cabe a nós filtrar o que é bom ou ruim.
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*Texto publicado na minha coluna de opinião no Portal 3 desta semana.

Jogo da memória


Aos poucos começo a desbravar melhor a selva de pedra. Porto Alegre tem inúmeras opções culturais. Oportunidades que, muitas vezes, não tinha na praia. Estes dias tive o privilégio de assistir à peça infantil “Jogo da Memória”, que esteve em cartaz no Teatro do SESC.

Com direção de Daniel Colin, o Jogo da Memória é a representação das lembranças de infância de Cabelo. Retrata o período em que ele tinha 13 anos, a epopéia vivida um dia antes de seus pais se mudarem.

Nas memórias de Cabelo, a viagem com os amigos Buchecha, Leleco, Ju e Prego. Quando descobrem que Cabelo vai se mudar, os amigos resolvem, aos 13 anos, fugir de casa. Decidem ir morar todos juntos, para que nunca se separem. Seu destino: percorrer os caminhos sinuosos da trilha de um mapa que levava à uma casa abandonada, encontrado por Buchecha.

A peça mostra a infância vivida com os amigos. Ação, aventura, emoção, medo, descobertas, angústia e diversão marcam a saga dos amigos. Jogo da Memória critica o preconceito, mostrando o lado divertido da infância. Trata as “diferenças” como meros acontecimentos irrelevantes. E que cada pessoa, independente da posição social, condição financeira ou física, tem o seu valor. É na infância que as questões supérfluas são postas de lado.

No elenco da peça estão Ariane Guerra, Daniel Colin, Felipe Vieira, Ricardo Zigomático e Rossendo Rodrigues.

Cai número de jornalistas assassinados em 2008

Um levantamento realizado pela Organização Não-Governamental Campanha Emblema de Imprensa (PEC) aponta que o número de jornalistas assassinados no mundo caiu em 2008. Em 2007 foram 115, enquanto neste ano a soma chegou a 95.

Realizado em 32 países, o levantamento apontou que a melhoria da segurança no Iraque foi a principal razão da queda. Contudo, o país continua sendo o lugar mais perigoso do mundo para o exercício da profissão. Ao todo, ocorreram 15 homicídios no Iraque em 2008. A soma representa 70% menos que ano passado, quando 50 jornalistas foram assassinados.

O México ocupa o segundo lugar na amostragem. O narcotráfico é apontado como a principal causa das mortes. Nove profissionais foram assassinados naquele país este ano. A lista segue com Paquistão (oito mortes), Índia (sete), Filipinas (seis), Grécia e Rússia (cinco) e Tailândia (quatro). O Brasil aparece com um jornalista assassinado.

Em média, segundo cálculo da entidade, dois jornalistas foram mortos por semana no mundo. A maioria dos casos ocorreu em virtude da profissão. Conforme informações da agência Efe, causas acidentais como explosões de bombas ou balas perdidas representam 10% das vítimas fatais.

Filme reconta história de brasileiro morto na Inglaterra

O eletricista mineiro Jean Charles de Menezes, morto em 2005 na Inglaterra, será homenageado com um filme. O longa-metragem, já filmado, é assinado pelo diretor e roteirista Henrique Goldman, brasileiro radicado na Europa. O filme terá como protagonista o ator Selton Mello.

A produção vai abordar o período em que Jean Charles viveu na Inglaterra. O roteiro utiliza a história do mineiro para falar dos sonhos e das realizações de quem parte para a Europa em busca de melhores oportunidades. Jean Charles foi confundido com um homem-bomba e morto no metrô de Londres com oito tiros à queima-roupa pela unidade armada da Scotland Yard.

Brasil entre os 10 países em usuários de banda larga


O uso de banda larga aumenta a cada dia no Brasil. O crescimento foi confirmado pela pesquisa do Instituto Point Topic, que aponta os brasileiros integrando, pela primeira vez, o ranking dos dez países em número de usuários da tecnologia.
A amostragem ocorreu entre julho e setembro. Nela, o Brasil avançou um degrau no ranking. Está na 10ª posição, com 9,1 milhões de usuários, contra 8,49 milhões obtidos no trimestre passado.
Segundo a pesquisa, pela primeira vez a China ultrapassou os Estados Unidos. Está com 80,9 milhões de clientes contra 78,7 milhões dos americanos. As estimativas da Point Topic indicam que a distância entre os dois países só tende a aumentar. Em 2013, seriam 153 milhões de clientes chineses ante 117 milhões de americanos.
O crescimento do uso de banda larga no Brasil não deve ser muito afetado pela recessão econômica. A tendência é que ela atinja principalmente os países desenvolvidos, tendo menos efeitos nos países emergentes. De acordo com a expectativa, o Brasil poderá ultrapassar nações como Coréia do Sul, Itália e Rússia até 2013 e se manter entre os 10 maiores.
Em paralelo à pesquisa da Point Topic, a
Converge editou o pôster Brasil Banda Larga 2009, que será distribuído aos assinantes das revistas Teletime e Tela Viva.
O estudo constatou que o Brasil tem em média seis acessos de banda larga para cada cem habitantes, consideradas todas as tecnologias de acesso fixo. Individualmente, o Sudeste é a região com maior penetração: 8,5 acessos, enquanto a região Norte apresenta dois acessos a cada grupo de cem habitantes, o menor índice do país.

TV Record fatura 1,3bi

Durante evento de apresentação das novidades da TV Record, na quarta-feira (10), o vice-presidente da emissora, Walter Zagari, afirmou que a empresa obterá um faturamento de R$ 1,3 bilhão em 2008. O crescimento é de 30% em relação ao ano anterior.

Conforme informações do site Tela Viva, o executivo fez questão de frisar que a previsão da empresa é de ampliar os investimentos em 2009, apesar da crise econômica mundial.

Na ocasião, também foram anunciadas as estréias das novas dramaturgias da Record, como “Betty, a Feia“, “Vendetta” e a nova temporada de “Os Mutantes“. A grade da emissora também contará com novos desenhos animados, fruto de uma parceria com a Marvel. O segmento jornalístico também apresentará novidades no ano que vem.

Quanto à TV digital, a Record deverá implantar o uso da tecnologia nas principais capitais do país até dezembro de 2009.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O centésimo post


Quando criei o kágis, em abril deste ano, confesso que não pensava que fosse chegar até aqui. Não conhecia muito do instrumento do blog. Era o início de uma experiência nova. E como tal, não tinha idéia no que ia dar.

Nos primeiros quatro meses não efetuei muitos posts. Mas eis que aos poucos fui tomando gosto pela coisa. E adicionando novas ferramentas e agregando técnicas.

O plano inicial do kágis era falar sobre cultura, esporte, política e esporte. Mas com o passar o tempo foram surgindo novas idéias e possibilidades. Quando passei a escrever a coluna de opinião no Portal 3, incluí a seção de crônicas, a fim de diferenciar dos demais textos.

Já adaptado ao blog e suas funcionabilidades, resolvi postar também meus contos de gaveta. Não eram muitos, é verdade, mas creio que mostram um lado diferente. Escrever contos é um prazer e ao mesmo tempo um desafio. Espero que tenham gostado. Mas eis que os contos de gaveta terminaram.

Para todos aqueles que tiveram a paciência de me acompanhar até aqui, obrigado. Espero que continuem lendo as coisas que escrevo. Afinal, é o centésimo post, não o último. Muitos textos ainda devo postar aqui.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Ele está de volta


A notícia correu como um rastilho de pólvora: o fenômeno vai voltar aos gramados. Mas não pelo Flamengo, como todos imaginavam. Ronaldo Nazário vai vestir a camisa do Corinthians.

O anúncio da contratação agitou o mercado da bola. É destaque nos jornais do mundo todo. Corinthianos entusiasmados, flamenguistas indignados. Independente das torcidas, o que fica é que ele pretende voltar mais uma vez.

Ronaldo não joga uma partida oficial desde fevereiro de 2008, quando sofreu mais uma grave lesão no joelho, enquanto ainda atuava pelo Milan. O contrato com o clube italiano se encerrou no meio do ano. Desde então, o atacante vinha tratando apenas da recuperação física.

O fenômeno volta ao futebol brasileiro depois de 14 anos. O atacante deixou o Cruzeiro em 1994, vendido para o PSV, da Holanda. Depois, teve passagens por Barcelona, Inter de Milão e Real Madrid, além do Milan.

Ultimamente Ronaldo só tem sido notícia por causa de escândalos e notícias que denigrem sua imagem. A volta aos gramados é como um recomeço. Talvez o último.

Aos 32 anos, resta saber se a nova tentativa de jogar futebol de Ronaldo terá sucesso. O marketing do Timão já atua forte e, mesmo sem jogar, já começou a faturar em cima do novo astro.

Mas a vida do fenômeno não vai ser fácil no Timão. Terá que voltar a ser atleta para ser titular na equipe de Mano Menezes. Não conseguirá ser titular só no nome. Por este aspecto, a ida para o Corinthians parece acertada.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O melhor campeonato do mundo


O Campeonato Brasileiro terminou no último domingo, com o São Paulo sagrando-se hexa-campeão. Pela primeira vez na história o Brasileirão tem um tri-campeão invicto. Muricy Ramalho entra definitivamente para a história, como um dos maiores vencedores da competição. É também, o primeiro técnico tri-campeão consecutivo em uma mesma equipe. Mineli também venceu três consecutivas, mas em equipes diferentes.

De resto fica a consolidação da fórmula dos pontos corridos, muito criticada quando implantada. Dizia-se que seria um campeonato sem graça. Que só quem tivesse muito dinheiro poderia se destacar na competição.

Mas eis que o campeonato ganha corpo e forma. Este ano, o título foi decidido na última rodada, no último jogo. Grêmio e São Paulo disputaram lance a lance o ponto final, que daria o título a uma das duas equipes.

O São Paulo tem um grupo mais qualificado. É o milionário time de Muricy. Mas não é onde vou ater-me.

Consta que uma equipe média, sem grandes contratações não poderia jamais almejar o título. Ele seria disputado sempre entre as milionárias equipes. Mas não foi o que aconteceu no Brasileirão deste ano.

O Grêmio, do técnico Celso Roth, liderou o campeonato por mais de 18 rodadas. Terminou o primeiro turno em 1º lugar. Chegou a estar 12 pontos à frente do todo-poderoso São Paulo. Mas não resistiu. O título lhe escapou aos 44 do segundo tempo.

O que não lhe tira o mérito. O Grêmio é o grande vencedor do campeonato. Uma equipe que foi montada com a clara intenção de não cair para a segunda divisão, sagrar-se vice-campeã. Isso sim, com certeza, vale como um título.

Não havia um gremista, quando do início do campeonato, que pensasse o contrário. Celso Roth era técnico para uma rodada só. Quem ousa dizer o contrário, que atire a primeira pedra.

Os rumores era que seria demitido já ao término do primeiro jogo, que era contra o São Paulo. Mas o Grêmio surpreendeu. Venceu o duelo e Roth foi conquistando seu espaço. Aos trancos e barrancos quase levantou o caneco.

Confesso que foi interessante ver os jogadores chorando antes do jogo. Jean principalmente, que não conseguiu nem dar entrevista, em função da torcida. Torcida que empolgou, dando um show de civilidade.

Só a mudança do árbitro do jogo entre São Paulo e Goiás, é que tirou um pouco do brilho do campeonato. Em breve saberemos o real motivo da troca.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Segundas divisões


Colorado que sou, não me envergonho nem um pouco em dizer que já li o livro 71 segundos, o jogo de uma vida, de Luiz Zini Pires. A narrativa é sobre a final do Campeonato Brasileiro da Série B de 2005. Mais precisamente o embate entre Grêmio e Náutico, que ficou conhecido como “A Batalha dos Aflitos”.

Naquela tarde fatídica do dia 26 de novembro de 2005, num jogo muito tumultuado onde o Náutico desperdiçou dois pênaltis e o Grêmio sagrou-se campeão da Segunda Divisão. Um título comemorado como com entusiasmo por sua torcida. Lançaram até um DVD, com o título “Inacreditável”. Era o fim de um ano de martírio.

O gol salvador foi do craque Anderson – que hoje desfila nos gramados da Inglaterra, onde defende do Manchester United –, aos 61min do segundo tempo. Setenta e um segundos antes – é daí que vem o nome do livro –, após muita confusão e a expulsão de Patrício, Nunes e Domingos, Galatto pegava o pênalti.

Esta semana, antes de o Internacional se tornar o primeiro time brasileiro a vencer a Copa Sul-Americana, ouvi muita flauta de nossos co-irmãos. Normalmente chamavam o torneio de “copinha” ou diziam que não levava a nada. No entanto, o que mais me indignou foi o que ouvi de um amigo gremista:
- Daí, será que vão ganhar a Segundona da América?

E repetiu a flauta na segunda, na terça e na quarta-feira. Mas eis que veio a noite. O Beira-Rio recebia 51.803 pessoas. O duelo entre Inter e Estudiantes não poderia ter sido mais tenso. Nem o mais pessimista dos torcedores imaginaria uma final assim. O colorado que precisava de um empate para levantar o caneco, acabou derrotado por 1 a 0 no tempo normal.

Veio a prorrogação. A tensão continuou. E quando tudo parecia encaminhar-se para os pênaltis, após confusão na área depois do escanteio cobrado por D’Alessandro, Nilmar empurrou a bola para as redes. Eram oito minutos do segundo tempo da prorrogação.

O Inter ganhava o título inédito. Mais que isso, igualava-se ao todo-poderoso Boca Juniors, conquistando todos os títulos internacionais possíveis: Libertadores, Mundial, Recopa e Sul-Americana.

Em meio à folia, lembrei do meu amigo gremista. A Segundona da América. Claro, a Segundona da América! Ninguém melhor que o Grêmio para diferenciar o Boca Juniors do Caxias, Estudiantes de La Plata do Náutico.

Dizer qual a melhor Segundona, a do Brasil ou da América, fica a critério do leitor. O fato é que cada um se gaba do título que têm.
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* Crônica publicada na coluna de opinião do Portal 3.

Segunda-feira


Durante os últimos dois anos a rotina de Everton tem sido a mesma: de casa para o trabalho e do trabalho para cara. Levanta-se cedo, lá pelas sete da manhã. Toma seu café com torradas e sai para o serviço. Pega sempre a mesma lotação, a das 7h40min. Religiosamente.

No caminho, vai lendo uma Zero Hora. Afinal, não poderia ficar de fora das notícias. É auxiliar de escritório em uma firma de advocacia. Emprego que fora conseguido há muito custo pelo pai.

Sempre mergulhado nos processos, Everton não tem tempo para sair. Em dois anos de trabalho, nunca havia tirado uma folga. Mas este final de semana seria diferente. Estava de folga no domingo.

Sábado. Chega em casa. São 20hs. O que fará? Ficar em casa? Nem pensar. Everton quer sair, mas com quem? Seus amigos há muito não os vê. Resolve ir ao cinema. Mas qual filme assistir? Nem mesmo sabe quais estão em cartaz.

Tem uma idéia: resolve ir à casa de Ana, uma velha paixão de escola, que não via há anos. Convida-a para ir ao cinema. Os dois assistem ao filme ‘Eu, tu, eles’, em cartaz nos cinemas de toda a Porto Alegre.

Após assistirem ao filme, Everton pensa o que fará no domingo. E como não havia nada planejado, convida Ana para passar o domingo com ele. Ela aceita. Finalmente, após dois anos, teria um final de semana. Mas muito mais que isso, era com Ana, sua paixão adolescente.

No domingo, leva-a numa churrascaria no centro. Eles se divertem como nunca e, antes de saírem de lá, se beijam. O resto da tarde prometia. Vão juntos ao parque, onde passam uma tarde maravilhosa.

A noite não deixa por menos: um jantar a dois, que acontece de forma agradabilíssima. Porém, como num conto de fadas, já passam das 23hs. Amanhã Everton tem que trabalhar novamente.

Ele acompanha Ana até a casa dela. A despedida é demorada. Ana diz que morrerá de saudades e pergunta:
- Nos veremos amanhã?
- Adoraria. Foi o melhor fim de semana dos últimos dois anos de minha vida. Sinto algo maravilhoso, que não sei explicar direito. Mas amanhã é segunda-feira. Preciso voltar ao trabalho.

Everton baixa a cabeça e sai. Sua vida volta à triste rotina.
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* Escrito em 2002.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Campeão de tudo



Memorável. A noite do dia 3 de dezembro de 2008 acaba de entrar para a história. Nesta data, pela primeira vez uma equipe brasileira venceu a Copa Sul-Americana. O Internacional, com gol de Nilmar, na prorrogação, levou o caneco.

O colorado iguala o feito que só foi alcançado pelo Boca Juniors: vencer todos os campeonatos importantes da América: Libertadores, Mundial, Recopa e Sul-Americana, num curto espaço de tempo.

Ontem, lendo o ClicRbs, lia o relato de um diálogo entre Nilmar e Fernando Carvalho onde, o ex-presidente dizia:
- Se tu quer ser lembrado aqui, tem que colocar faixa.

O recado parece ter dado certo. Nilmar parece que gostou de marcar gols importantes. Fez gol nas três finais dos campeonatos que o colorado ganhou no ano: Copa Dubai, Gauchão e Sul-Americana.

De resto, deixo para a Conmebol dizer:

Empató 1-1 con Estudiantes LP tras una final de 120 minutos
¡Internacional brillante campeón de la Copa Nissan Sudamericana!
04 / 12 / 2008



I nternacional de Porto Alegre se consagró Campeón de La Copa Nissan Sudamericana 2008 en una memorable final de 120 minutos disputada en su estadio Beira-Rio colmado de hinchas, donde igualó en un gol ante el bravo Estudiantes de la Plata, que lo puso en aprietos durante buena parte del juego. El popular club "Colorado" sumó una nueva estrella internacional a su palmarés de manera brillante, habiendo ganado cinco y empatado cinco sobre diez partidos disputados.


Gracias a este triunfo, Inter volverá a disputar la Recopa Sudamericana, que ya venció en 2007, ahora contra el campeón de la Copa Libertadores 2008, Liga de Quito, y la Copa Suruga Bank 2009 frnte al campeón de Japón, el 5 de agosto Ooita, con el equipo local, campeón japonés de las Copa Navisco. Nilmar y su compañero de equipo Alex se proclamaron goleadores del certamen al marcar cinco goles cada uno.

Dom Casmurro é tema de campanha da RBS

A RBS TV, em parceria com a rede Globo, promove a ação “Capitucrossing”. A campanha é para divulgar a nova minissérie Capitu, que estréia dia 9. Como estratégia, 250 DVDs com imagens inéditas da série foram deixados em diferentes locais públicos de Porto Alegre.

A pessoa que encontrar os DVDs receberá instruções para assistir, dar sua opinião sobre a obra e repassar o material a outro, criando, assim, uma corrente cultural. As opiniões devem ser postadas no site
www.passeadiantecapitu.com.br, criado especialmente para a campanha.

Complementando a iniciativa, a rede Globo dividiu o livro de Machado de Assis, Dom Casmurro, em mil trechos. O site
www.milcasmurros.com.br disponibiliza a obra para que internautas possam lê-las e gravá-las. Ao final da ação, a Globo pretende ter um registro em áudio e vídeo da obra machadiana narrada por mil pessoas diferentes.

Capitu será contada em cinco episódios, entre 9 e 13 de dezembro, antes do Jornal da Globo. Dom Casmurro é o narrador da trama, que mostra um Bento Santiago velho tentando atar as duas pontas de sua vida. A série acontece em duas fases: a primeira mostra o amor romântico vivido pelos dois adolescentes e a segunda, que retrata a imaginação corroída pelo ciúme que Bento Santiago sente de sua esposa Capitu e seu melhor amigo Escobar.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

É hoje


O Brasil inteiro vai parar em frente à televisão esta noite. Cerca de 50 mil torcedores verão de pertinho. É a final da Copa Sul-Americana. Inter e Estudiantes de La Plata decidem hoje quem fica com a taça. O horário, 22 horas.

Na Argentina deu Inter: 1 a 0, gol de Alex de pênalti. Agora, o confronto ocorre no estádio Beira Rio. O colorado joga por um empate, enquanto que os argentinos precisam desesperadamente de uma vitória. É um embate que promete.

O Inter, esta noite, pode se tornar o primeiro time brasileiro a vencer a Copa Sul-Americana. Além do título, pode ser o primeiro a vencer a competição de forma invicta, bem como igualar o feito só alcançado pelo poderoso Boca Juniors: vencer as principais competições internacionais recentes: Libertadores, Mundial, Recopa e Sul-Americana.

É torcer e esperar. Vamo vamo Inter. Vamo vamo Inter.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Justiça sendo feita?


O juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Criminal emitiu nesta terça-feira a sentença de prisão do banqueiro Daniel Dantas. Ele foi condenado pela Justiça Federal a 10 anos de prisão por corrupção ativa no processo sobre a tentativa de suborno a um delegado da Polícia Federal na Operação Satiagraha.

Os outros dois réus no processo, o ex-presidente da Brasil Telecom Humberto Braz, assessor de Dantas, e o professor universitário Hugo Chicaroni também foram condenados à prisão. Mas eles poderão recorrer da sentença em liberdade, já que o juiz não determinou a prisão.

O advogado de Dantas criticou exageradamente o juiz Fausto, alegando que o mesmo não poderia ter julgado o réu. Outro argumento utilizado é que o juiz desconsiderou ilegalidades na operação, como o uso da ABIN.

Impasse à parte parece que finalmente um pouco de justiça está sendo feita no Brasil. Talvez estejamos chegando à um novo período. Uma nova época. No mundo globalizado de hoje onde, os Estados Unidos acabam de eleger o primeiro presidente negro de sua história, o Brasil acaba de dar um passo importante: rico também vai para a cadeia. Se Dantas vai realmente ficar atrás das grades, só o tempo dirá. Mas só a condenação já representa um avanço na justiça tão desacreditada do país.

sábado, 29 de novembro de 2008

Saiu do forno


O ato de cozinhar é, sem dúvida, uma arte. Imagine o prazer em criar pratos apetitosos, que são degustados de forma mais harmônica ainda. Pense em juntar todos os ingredientes indicados na receita: 10 colheres de sopa de vinagre de vinho, 10 colheres de sopa de açúcar, 2 patos novos de 1,5 kg cada um, 80 gramas de manteiga, 100 ml de conhaque, 100 ml de Curaçao, 8 laranjas médias, pimenta e sal. Deixe cozinhar por cerca de uma hora e, voalá, Pato na Laranja. Parece fácil. Para quem sabe, óbvio.

Eu já não me viro tão bem assim na cozinha. Sei fazer arroz, feijão, bife, batata frita e ovo frito. Quer um prato melhor? Ah! Eu sei cozinhar massa também. Incrível.

Mas falando sério agora. Já pensou no gourmet de um restaurante, que passa horas preparando um delicioso prato, como o Pato na Laranja. Seu prazer está na criação. Melhor do que comer, para ele, é elaborar a iguaria.

A arte de cozinhar é como a diagramação. Claro, quando você não come o que editora. Mas o processo é o mesmo: criar. Tão delicioso quanto elaborar um prato, foi diagramar a Primeira Impressão pela segunda vez. A cada matéria editada, o desafio de mesclar as fotos com os textos produzidos pelos alunos. Sempre procurando fazer de uma maneira diferente, atrativa.

A 30ª edição da revista Primeira Impressão acaba de sair do forno. Foi produzida pelos alunos das disciplinas de Redação Experimental em Revista e Projeto Experimental em Fotografia e, lançada nesta sexta-feira, 28. Quarenta e um alunos participaram do processo de construção. O ato de lançamento aconteceu, olha que sugestivo, na cafeteria Letras & Sabores, no Saguão da Biblioteca.

Com o tema “Limites”, a publicação traz assuntos que abordam tanto o excesso, quanto a falta de limites. Até onde vai o nosso limite? As editorias vão desde tolerância das pessoas, consumismo desenfreado, passando pela loucura, sexo, medo e religiosidade.

Tão saboroso quanto o Pato na Laranja está a Primeira Impressão. Por isso, delicie-se. Aproveite e pegue seu exemplar. Vale a pena conferir!


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*Publicado na minha coluna de opinião do Portal 3 desta semana.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

A gravata


Matheus estava indo para o escritório onde sua mulher Adriana trabalhava. Pretendia fazer uma surpresa. No caminho, passou na floricultura e comprou uma dúzia de rosas vermelhas. Dirigia-se alegremente ao escritório. Ao entrar, escuta vozes vindo da sala presidencial.

- Arruma a minha gravata?
- Claro, com o maior prazer. Assim você vai ficar um gato!
Matheus aproxima-se da porta, desprezando o que ouvira a pouco.
- Oi amor, resolvi fazer uma surpresa!
Ele observa Adriana arrumando a gravata de seu chefe Rodrigo. Estão em uma cena muito angelical.
- Mas o que é que está acontecendo aqui?

Logo, Matheus dá-se conta do óbvio que havia perguntado. Estava tudo muito claro, ele estava sendo traído. Pior, os pegara no flagra. Ele atira as flores ao chão e indaga:
- Como sou um idiota! Eu vindo feliz lhe visitar e você me traindo com esse engomadinho. Como eu não percebi isso antes? Todos aqueles cerões no trabalho. Agora está tudo muito claro. Traidora!

- Matheus, você está muito agitado. Acalme-se.
- Que me acalmar. Eu vi tudo. Você arrumando o terno dele para parecer que nada aconteceu.
- Ela só estava arrumando a minha gravata. Explicou Rodrigo, completamente constrangido pelo fato.
- Vocês pensam que eu sou tonto?
- Claro que não. Mas Matheus, você sabe que eu te amo. Como eu poderia...
- Chega! Não adianta tentar se explicar. Eu vi tudo. Com meus próprios olhos. Ninguém me contou.

- Ela só estava arrumando a minha gravata.
- E tu cala essa boca, porque senão tu vai apanhar. Disse Matheus, num tom desesperado.

Ana, a recepcionista do escritório ouve os gritos de Matheus. Num ato de grande curiosidade ela entra na sala. Logo junta os dados: estava diante de um marido que acabara de ser traído. Ela sempre pensar o que diria a um marido traído caso presenciasse uma cena destas. Como agiria. Se o consolaria. Ou “daria nos dedos dele”. Tinha uma grande mágoa, pois seu antigo namorado a havia trocado por uma garota dez anos mais nova que ela.

- Acalme-se Matheus, isso poderia ter acontecido com qualquer um. Mas foi com você. A culpa é dela. Após a fala, Ana abraça Matheus, consolando-o.
- Ela só estava arrumando a minha gravata.
- Não entendo o que eu fiz para você pensar isso. Alguma vez lhe dei indícios de que te traia?

- Já chega! Eu não quero mais saber de explicações. Vocês dois na maior intimidade. Eu vi tudo. O que queria que eu pensasse? Que só estava arrumando a gravata dele? Não sou ingênuo. Está tudo tão claro. Você acabou de me trair.

- Não seja idiota. Voe está distorcendo tudo. Eu não te traí.
- Cala essa boca! Eu vi tudo.
Matheus vê uma tesoura em cima da mesa de Rodrigo e a pega.
- Larga essa tesoura Matheus.
- Eu vou acabar com tudo isso.
- Você está louco? Vai acabar com o quê?

- Ela só estava arrumando a minha gravata.
- Já disse que chega. Não há explicação que vai me convencer de que o que eu vi nesta sala não era uma traição.
- Ele tem razão. Vocês dois estavam aí, a sós na sala trocando intimidades e agora querem negar? Disse Ana, ao aproximar-se de Matheus.

- Te liga garota. Tu não sabe de nada do que aconteceu. Respondeu Adriana, enfurecida.
- Acha que sou tonta, como o teu marido? Eu sempre desconfiei que vocês tinham um caso. Pensa que eu não sei que ficas até altas horas com ele, sozinhos no escritório?
- Sei disso, mas nós só estamos trabalhando num projeto muito importante. Nunca me passou pela cabeça trair o Matheus.

- Já chega! Sem mais explicações. Tu só ta piorando a coisa. Indagou um Matheus transtornado.
- Ela só estava arrumando a minha gravata.
- Eu já mandei tu calar a boca!
Matheus arma a tesoura para o golpe.
- Para Matheus. Eu já disse que não te traí.
- Ele viu tudo. Quer negar agora? Acho que não tem mais volta. Já era guria. Disse Ana.
- Não está vendo que ele quer matá-lo? Ajude-nos, por favor! Gritou Adriana, num ato desesperado para conter Matheus.

- Chega Adriana. Ele tem que pagar.
- Mas meu Deus, pagar por quê?
- Não se faça de sonsa, eu vi tudo.
- Quantas vezes vou ter que dizer que não houve nada entre nós?
- Ela só estava arrumando a minha gravata.
- Eu vi tudo. Querem negar? Não há mais como. O tempo acabou.

Matheus pega a tesou e crava no peito de Rodrigo. A morte é quase que imediata.
Na cadeia, Matheus explicava a seus novos amigos que estava preso por ter matado um engomadinho que estava tendo um caso com a sua mulher. E que, por sorte, pegara os dois no flagra. Mais alguns instantes e teria sido feito de idiota. Talvez ainda estaria sendo traído. Conseguia imaginar a cena: os dois depois de mais uma transa, rindo dele.

A notícia de que Rodrigo fora morto por Matheus se espalhou por toda a cidade. Todos os seus amigos comentavam o final trágico que teve. Seu único crime: querer que arrumassem a sua gravata.
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*Texto escrito em 2002.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A prima dona


Ah, o teatro. Já fazia um bom tempo que não assistia a uma peça de teatro. Estar sentado ali, pela primeira vez, no Qorpo Santo, da UFRGS, foi deveras gratificante. Assistir a um belo espetáculo então, nem se fala.

A peça era um monólogo, encenado pela minha colega de agexCOM, Letícia Chiochetta. O título, imenso: Grande Recital Operístico e Conversações Intrusivas sobre a Vida e a Arte dos Artistas. A apresentação é um texto adaptado do dramaturgo Alcione Araújo, “A prima dona”. Vale a pena conferir!

O monólogo tem três histórias que se entrelaçam, narradas por Diva, uma artista frustrada, apaixonada por uma cantora lírica. As quebras de cenas dão ritmo à peça, tornando-a agradável, como poucas já vi. Evito maiores comentários sobre a encenação em si.

O que mais me fascinou ao assistir a peça foi, sem dúvida, a desenvoltura da Letícia. Confesso que fiquei extremamente surpreendido. Fazia muito tempo que não me impressionava tanto com algo.

Foi diferente ver no palco, uma pessoa que convivo diariamente, mas que nunca pensei que pudesse contracenar desta forma. É uma atriz pronta, com certeza. Terá um grande futuro pela frente. A sua presença de palco e desenvoltura, sem falar nas expressões faciais, o libido, os personagens simultâneos.

Mas se engana quem pensa que assisti a um espetáculo qualquer. É deveras uma raridade. Muito se fala no mundo da cultura sobre os artistas de teatro. Na sua grande maioria, os atores são especialistas em um determinado conceito. Raríssimas são as exceções onde o ator canta, dança e interpreta. O mais comum é encontrarmos atores que interpretam e dançam.

Não é o caso da Letícia. Penso que ela faz parte de um seleto grupo. Leia-se aí Miguel Falabela e Cláudia Raia. Estes sim, os a meu ver, mais completos artistas da atualidade. E veja, para minha surpresa, minha colega de estágio faz parte desta grife. Impressionante!

Para finalizar, lembro que o canto apresentado por ela foi o canto lírico. Considerado por muitos, o mais difícil de interpretar. E, pelo pouco que conheço, agravados pelas trocas de tons onde, no monólogo a Letícia canta em classes diferentes.

Sem dúvida há um dado interessante na apresentação: o gosto pelo que se faz. É incrível a entrega dela aos personagens. Mostra de que tudo aquilo que se faz com amor, é melhor. Enquanto assistia, pensava nas conversas onde ela sempre declarou sua paixão pelo teatro. Nunca pensei que fosse de tal forma recíproca enquanto encenava. Impressionante!

A um passo do título


Um jogo tenso. Digno de uma grande final. Creio que esta seja a melhor definição do jogo entre Inter e Estudiantes, ontem na Argentina, pela Copa Sul-Americana.

O duelo mal havia começado e o guerreiro Guiñazú já estava amarelado. Com apenas cinco minutos de jogo o gringo recebeu o cartão do árbitro Carlos Amarilla (PAR). Justo, diga-se de passagem. Era o prenúncio de um jogo difícil.

Não demorou muito para Guiñazú ser expulso. Aos 24 min, o argentino fez nova falta passível de cartão amarelo. E o árbitro assim o fez. Mas como era o segundo, o árbitro aplicou o cartão vermelho. O mais polivalente dos jogadores colorados fora expulso, ainda no primeiro tempo.

Mas o jogo, que parecia encaminhar-se para um filme de terror, mostrou-se renovador. Tite mais uma vez provou ser um grande técnico. Em mais um banho tático no adversário, postou o Inter mais atrás, em duas linhas de quatro marcadores e somente Nilmar à frente. Bastou.

E como eu havia dito no post de ontem, o jogo passaria pelos pés dos jogadores “diferenciados” das duas equipes. Eles decidiriam o embate.

O Inter marcou o gol da vitória ainda no primeiro tempo. D’Alessandro lançou Nilmar, que ganhou na velocidade do zagueiro Desábato, que o derrubou dentro da área. E ali, é pênalti. Alex precisou bater duas vezes para valer, pois o árbitro mandou voltar a cobrança. Depois, o colorado só se defendeu. Contra-atacou quando pode com a velocidade de Nilmar. Aproveitou a catimba de D’Alessandro. Deixou o tempo passar.

Tenso. Muito tenso o duelo de ontem. É o Inter a um passo de mais um título inédito.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Pra fazer história


Hoje, às 22 horas, quando Carlos Amarilla (PAR) apitar o início do jogo entre Estudiantes de La Plata e Internacional, válido pela Copa Sul-Americana, estaremos presenciando mais um capítulo da história. Vai ser a primeira vez que uma equipe brasileira chega à decisão da segunda mais importante competição da América.

Nuestros hermanos argentinos são os especialistas no torneio. Das cinco edições, faturaram quatro. O país do futebol está perdendo feio até agora. Por isso, o Internacional é o Brasil nesta noite. Na Argentina, busca um título inédito para o país.

Perder por 2 a 1 não deixa de ser um mau resultado pro colorado. Contudo, faço parte da parcela dos otimistas. Acredito que o Inter sai de Buenos Aires com um resultado favorável. Talvez até com uma vitória.

Vale lembrar que na semifinal o trio Alex-Nilmar-D’Alessandro não pode atuar junto. E foi o que foi. Claro que o adversário desta noite não é o Chivas. O Estudiantes conta com o craque Verón. É muito mais time que a equipe mexicana.

O jogo de hoje passa pelos pés destes jogadores. Quem se sair melhor, sai vitorioso.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A criatura

- Sangue! Isso no chão é sangue. Onde estão todos? O que aconteceu?

As portas do laboratório se fecham. Um pânico terrível toma conta de Dr. Charles que, após conseguir se controlar começa a percorrer a sala do laboratório. Percebe que tudo fora destruído. Nos computadores, fendas provocadas por garras, de algo não humano. Os frascos contendo DNA dos animais estavam todos quebrados. Tinham sido atirados ao chão. Ao lado da mesa principal, um braço humano. Estava estraçalhado. Provavelmente era de um de seus colegas. Ao desprender seus olhos do braço, vê que o vidro que protegia os cientistas da criatura estava quebrado.

De repente um barulho de garras ecoa na sala.
Toc. Toc. Toc. Toc...

- Meu Deus, o que eu fiz? Todo o projeto de minha vida e é isso o que acontece? Após dez anos tentando realizar a experiência. Quando finalmente tinha conseguido com sucesso reunir o DNA de um tigre e de um tiranossauro é isso o que acontece?

Dr. Charles estava perplexo. Uma mistura de desespero com arrependimento. Afinal, fora muito tempo de reclusão, sem dar atenção às suas filhas, com a fixação de brincar de deus. Seu sonho era criar uma criatura capaz de ser um assassino natural, mas que pudesse ser controlado. Sua idéia era poupar vidas. Utilizar a criatura em guerras, poupando a vida dos milhares de soldados que morriam inutilmente nas batalhas.

Mas ele acabara de descobrir que estava errado. Como poderia querer controlar uma criatura com um instinto tão assassino. Um predador natural?

Quanto mais Charles pensava no horror que causara, mais alto era o som que ecoava na sala.
Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc...

- Tenho que corrigir meu erro. Vejamos o que resta no laboratório, que ainda não está destruído. Sim, a velha nitroglicerina. Preciso corrigir o meu erro antes que seja tarde demais.

O som fica cada vez mais próximo.
Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc...

Charles reúne os componentes necessários para explodir o laboratório. Sua vida passa em sua mente. Seus filhos, seu modo de vida. O porquê iniciara a experiência. Mas principalmente, o que acontecerá se não destruir tudo. Ele precisava terminar o que começou.

A criatura entra no laboratório. É assustadora. Charles treme de pavor. O monstro pula em sua direção, com uma única coisa em mente. Aquilo que fora programada para fazer: matar.
De repente, um único som ecoa: boom!

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* Conto escrito em 2002.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

S.O.S. Amazônia


A notícia correu como um rastilho de pólvora: a Amazônia, pulmão da humanidade, estava para ser tomada pelas tropas americanas. Era apenas uma questão de tempo para que a operação iniciasse. E nós, os moradores da selva tínhamos o dever de impedir.

- Se esses “gringos” invadirem a floresta, o que será de nossa selva?
- Calma Zé, o povo indígena jamais deixará que isso aconteça.
- Mas Ubiara, eles possuem armas e muitos homens. Somos um alvo fácil.
- Aí é que você se engana. Nós temos o maior poder que a natureza nos oferece: temos seus recursos naturais.

- Como assim?
- Se eles têm lanchas para entrar via naval, nós temos o deus Sol, que fará com que os rios fiquem impróprios para a navegação.
- Mas e os tanques?
- Se eles têm tanques, nós possuímos o deus do Vento, que colocará obstáculos, impedindo que eles penetrem na selva.

- Certo Ubiara. Mas mesmo assim, há o que temer. Os americanos têm um enorme exército, pronto para atacar. O utilizarão sem piedade. O povo indígena não está preparado para a guerra.

- Não se aprece. Podemos não ter armas de fogo a nosso serviço, mas temos a fauna, que se encarregará de nos proteger, caso eles consigam entrar na mata.

E não é que Ubiara tinha razão. Quinze dias depois, o exército americano desembarcou na costa brasileira. A floresta Amazônica era seu objetivo. Trouxeram tanques, barcos e milhares de soldados.

Mas não é que, para nossa surpresa, as forças da natureza interviram: os rios secaram de tal forma, que se tornou inviável a navegação. O vento soprou muito forte, derrubando árvores, impedindo os tanques de penetrar na mata. E os soldados, bem os soldados, se viram obrigados a recuar, tamanha era a manifestação dos animais, que estavam a proteger a selva. Mesmo com armas, as tropas americanas não conseguiram combater as onças, cobras, pássaros e diversos outros animais que ali estavam para defender a Amazônia.

O poder de união daqueles que amam a floresta Amazônica foi maior que o daqueles que pretendiam torná-la um centro lucrativo, sugando suas riquezas.
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* Conto escrito em 2002.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Massacre


O dia 20 de novembro de 2008 vai entra para história. Mais do que por comemorar o Dia da Bandeira. Foi nesta data que, de forma esmagadora, o Internacional tornou-se o primeiro clube brasileiro a chegar à final da Copa Sul-Americana.

E a conquista chegou de maneira irrepreensível. Os 4 a 0 aplicados pela equipe de Tite demonstrou a superioridade do esquadrão colorado. Comandados pelo argentino D’Alessandro, o Inter não teve dificuldades em golear a frágil equipe do Chivas, do México. Nem a ausência de Alex, a serviço da seleção, atenuou a superioridade.

Agora, o Inter espera a definição do adversário, que acontece hoje a noite. Estudiantes ou Argentinos Juniors? Seja qual for o adversário da final, será um grande duelo.

sábado, 15 de novembro de 2008

Uma noite de inverno


Direto do baú do tempo, retirado dos cadernos velhos do distante ano de 2002, "Uma noite de inverno". Para quem já leu, é uma chance de rever. Para quem não conhece, é uma oportunidade de conhecer um estilo que pouco uso por aqui: contos. Boa leitura.


Uma noite de Inverno

Não quero nem devo lembrar aqui porque me encontrava naquela barca. Só sei que, ao redor, tudo era silêncio e trevas. E me sentia bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável e tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um rapaz, uma moça com sua irmã e eu.

O rapaz, de aparência mórbida, vestia uma capa preta de lã. Sentava ao fundo, inquieto. A moça estava à minha frente. Sentada ao seu lado, a irmã, que a abraçava tentando espantar-lhe o frio. A mais jovem vestia apenas um vestido que mal tocavam as canelas.

Fazia frio. Logo de início pensei em oferecer-lhes o meu casaco, mas não o fiz. Por quê? Não sei. A viagem ia passando e a cada instante, sentia-me mais incomodado em não ter dado meu casaco à menina.

Uma névoa começa a pairar sobre a embarcação, esfriando ainda mais os já frios bancos da barca. Resolvi fumar um cigarro. Mas, ao pegá-los, a caixa de fósforos cai ao chão. A menina se desvencilha dos braços confortáveis de sua irmã e os junta do chão:

- Seus fósforos, o senhor deixou cair.
- Obrigado! – As palavras me faltaram. A menina num gesto inocente pôs a meu ver todo meu egoísmo.

Suas mãos tremiam, tamanho era o seu frio e eu, perplexo com tão belo gesto. Dei-me conta então, que deveria ter-lhe oferecido o casaco antes.

- Você está tremendo de frio. Tome o meu casaco!
- Não! Eu não devo.
- Como não? Pegue.
- Muito obrigado, não sabemos como lhe agradecer, é que estava quente à tardinha e eu e minha irmã nos atrasamos. – disse-me a moça.

Voltei-me para a moça que agarrara a mão da menina. Tinha cabelos castanhos, olhos verdes, brilhantes como duas esmeraldas. Notei que suas vestes eram simples, mas de muita elegância.

- Você não é daqui, é? – perguntou-me a moça, com um lindo sorriso.
- Não. Estou só de passagem, to indo visitar minha tia. Ela mora do outro lado do rio. E você, mora aqui por perto?
- Sim. Eu moro do outro lado do rio, subindo pela estradinha da direita. – explicou-me a moça.

Lembrei-me que quando criança, quando ia para casa de minha tia, brincava com uma linda menina de olhos verdes, que morava por perto. Só podia ser ela.

De repente, o rapaz levanta-se de seu banco, interrompendo o silêncio em que refletia.
- Dê-me a menina! Vadia. - gritou ele em tom ameaçador.
- Nunca. Afaste-se de mim! – respondeu ela apavorada.

E agora! Encontrava-me no meio de ambos, sem saber o que fazer. A moça apavorada parecia temer algo. O que fazer?
O rapaz tira uma arma do bolso da capa e ameaça atirar.

- Atire se quiser. Só me matando levará a Júlia. – falou a moça, colocando-se à frente da menina.
Ele engatilha a arma. Está prestes a atirar. Eu, num momento de descuido do rapaz, parti para cima dele, a fim de tomar-lhe a arma. Ele resiste. Durante a luta, dois tiros quebram o silêncio do rio.

O rapaz cai morto no chão e eu, olho para meu peito. Só sangue. Uma das balas me acertou. Caí ao chão, sem forças para levantar. A respiração começa a ficar ofegante.
Um flash-back de minha vida passa ali, diante de meus olhos. Era minha infância e via, na casa de minha tia, uma linda garotinha de olhos verdes, brilhantes feito esmeraldas.

A moça, num gesto de me socorrer, pega um lenço que tem no bolso e com as mãos, tenta estancar o sangue até terminar a travessia.
- É você! – disse quase já sem conseguir falar.
- Como assim?
- A bela menina que eu brincava quando criança no alto do morro.
- Meu Deus! Passei todos estes anos tentando encontrar-lhe e nosso reencontro tinha de ser assim?
A moça tira a mão de meu peito e beija-me.

Vou com um sentimento de felicidade, pois, minha última imagem foi a bela menina dos olhos verdes como esmeraldas.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Perdão aos torturadores


Os Estados Unidos orgulham-se por sua guerra civil. Entre 1861 e 1865, os americanos lutaram internamente por sua nação, fortalecendo seu país e dando margem ao que hoje é a maior potência econômica mundial.

No Brasil, a luta não foi dada através de guerra civil, como nos EUA. Ocorreu por meio da ditadura militar. Foi o confronto entre o governo e os cidadãos, revoltosos por virtude do golpe. No período entre 1964 e 1985, milhares de brasileiros foram torturados e mortos. Muitos, até hoje, ainda não foram encontrados. Figuram na lista dos desaparecidos no período negro do país.

O Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) foi, por muitos anos, o inquisidor brasileiro. Era lá, nos confins dos corredores nefastos da polícia brasileira que os militantes eram torturados. Motivos políticos eram as principais causas. Seria porque detinham uma informação de suma importância para o prosseguimento da nação brasileira? Creio que não. Ou era porque faziam parte de um movimento que pretendia assassinar o presidente? É possível. Vai saber.

Ocorre que, 35 anos depois, o Governo Federal pretende rever a Lei da Anistia (6.683/79). Segundo o inciso 43 do Artigo 5º, é considerado crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo aos mandantes, aos executores e aos que, podendo evitá-los, se omitirem.

Na verdade, a polêmica iniciou quando a Advocacia Geral da União (AGU) deu um parecer defendendo a prescrição dos crimes de tortura ocorridos no regime militar. Em função disto, a OAB ingressou com pedido de análise da lei no STF. A ação contesta a validade do primeiro artigo da Lei da Anistia que considera como conexos e igualmente perdoados os crimes "de qualquer natureza" relacionados aos crimes políticos ou praticados por motivação política no período da ditadura.

Ora, como considerar perdoado um ato de tortura? Qual pessoa, em sã consciência iria apoiar tal alteração na lei? Mesmo que já tenham se passado mais de 30 anos, é inadmissível que a AGU pense em mudar a Lei da Anistia. E as mulheres que tiveram seus maridos torturados? E quanto àquela criança que cresceu sem ter um pai presente, porque ele sumiu em meio ao holocausto da ditadura militar brasileira?

Certamente nossos juristas não pensaram nessas pessoas. Desqualificar a Lei da Anistia é no mínimo imperícia, para não dizer algo pior. Está aí o Pinochet, para provar que crimes de guerra não prescrevem. O ato de tortura deve ser reprovado sempre. E deve ser punido como manda a constituição brasileira.
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* Texto publicado na Coluna de Opinião do Portal 3 nesta semana.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O primeiro passo


O Internacional venceu o Chivas por 2 a 0 ontem, no histórico templo do Tri-campeonato mundial da Seleção, o estádio Jalisco. O jogo era válido pelas semifinais da Copa Sul-Americana. Agora, o colorado pode perder por até um gol de diferença, que ainda fica com a vaga para a final.

De resto, resigno-me a comentar sobre a obtenção do equilíbrio de time. Tite, ao que parece, finalmente encontrou “a equipe” do Inter. Depois de um início conturbado de trabalho, o técnico está com o grupo na mão. Prova disso é a dedicação e empenho por parte dos jogadores, que parece estar retornando.

Os prognósticos são muito bons para o ano do Centenário. Claro, para isso é preciso dar continuidade ao trabalho. A direção precisa contratar alguns reforços e, a manutenção do técnico é fundamental.

Por mais que Tite não seja unanimidade, não há o que questionar a sua competência. A direção não deve cometer os mesmos erros de anos anteriores e montar o time em meio às competições. O Brasileirão deste ano é o melhor exemplo disso. Tivesse o Inter montado sua equipe em março, certamente estaria brigando pelo título.

Cogita-se a volta de Muricy Ramalho para comandar o esquadrão alvi-rubro no Centenário. Fala-se em Paulo Autuori também. Mas há de se convir: Muricy certamente seria o técnico ideal, mas há motivos para mudar de técnico, só porque é o Centenário do Clube?

Agora que Tite encontrou o equilíbrio de time, através da repetição de time, não há porque mudar. Então, lancemos a campanha: Fica Tite!

Ah! Já ia esquecendo. Ontem, após o jogo contra o Chivas, em entrevista ao repórter da rádio Gaúcha, o assessor Fernando Carvalho, abriu a curiosidade sobre contratações. É possível que dois jogadores já estejam com os negócios encaminhados. Cicinho (péssima idéia, marca tanto quanto o Ângelo) e o Capitão América. É isso mesmo, parece que ele vai voltar pro Centenário. E que venha o Fernangol. Deixe para Tite decidir onde escalá-lo.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A copinha

Muitas equipes do futebol brasileiro e sul-americano desprezaram a Copa Sul-Americana. A explicação para o descaso era sempre a mesma: “é uma competição que não leva a nada. O importante é a Libertadores.”

Pois agora pasmem os secadores. A competição em que o Grêmio foi eliminado pelo Internacional, mais uma vez, vai levar à Copa Libertadores da América 2009. Vale lembrar que o tricolor escalou time reserva na competição.

A Comebol deve anunciar, no próximo dia 25, que a Copinha, desprezada pelos clubes, vai ser um atalho para a Libertadores. Não acreditou? Então ta lá, na Zero Hora de hoje:

Sul-Americana vira caminho à Libertadores

Os patrocinadores da Sul-Americana pediram e foram atendidos: no dia 25 deste mês, a Conmebol anunciará que este torneio já é passagem para a Libertadores da América. O vencedor deste ano disputará com a LDU, do Equador, atual campeã da Libertadores, uma vaga para a edição 2009 da principal competição da América do Sul.

De onde saiu esta vaga? Simples. O vencedor da Libertadores da América não terá mais vaga assegurada para a edição do ano seguinte. Terá que disputá-la em uma repescagem com o campeão da Sul-Americana. Se a LDU ganhar esta disputa e também tiver classificação assegurada através do campeonato equatoriano, abrirá espaço para outro clube do Equador, país que tem direito a três vagas na Libertadores.

Como o novo critério já está valendo na Sul-Americana desta temporada, o Inter, que enfrenta o Chivas na semifinal, é um dos candidatos a se beneficiar da alteração. Fica aberta, também, a possibilidade de o Rio Grande do Sul contar com dois representantes na Libertadores, como ocorreu em 2007.

A decisão da Conmebol é uma resposta ao pouco caso que algumas equipes fizeram da Sul-Americana deste ano. Clubes como São Paulo, Palmeiras, Grêmio e Atlético-PR optaram por escalar reservas. Com o objetivo de valorizar a Sul-Americana, a Conmebol e os patrocinadores decidiram abrir ao campeão a perspectiva de participar da Libertadores.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Avaliação de curso?

O exame do Enade, aplicado neste domingo, para avaliar a qualidade dos cursos universitários no Brasil foi, no mínimo, inusitado. Esperava encontrar uma prova com cerca de 50 questões. Com um conteúdo que avaliasse a qualidade de meu curso. Contudo, não foi o que encontrei.

Antes de continuar, porém, é bom relembrar alguns acontecimentos. Dois anos atrás, por motivos de força maior, não realizei o exame avaliativo do Enade. Em função disto, fui convocado para realizar novamente esse ano. Como eu, outros estudantes com situação irregular também foram convidados a comparecer.

Mas voltando aos preparativos da prova. Entrei na sala faltando 15 minutos para o início. Para minha surpresa, a prova tinha apenas dez questões para responder. Para piorar as coisas, não podia sair da sala antes das 14h30min. Ou seja, teria que ficar no mínimo uma hora e trinta minutos para responder a apenas dez questões.

Ora, por mais que não tenha comparecido ao exame do Enade dois anos atrás, é no mínimo um descritério do MEC convocar novamente os alunos para uma prova de conhecimentos gerais e com apenas dez questões.

Como vão avaliar o que aprendemos nas noites de universidade, freqüentando o curso de Jornalismo ou seja lá qual curso for? É incrível que tenha perdido a tarde de domingo para realizar uma prova que deveria avaliar a qualidade do meu curso e, no entanto, não cumpre seu objetivo.

Gostaria de saber como o MEC vai saber o que aprendo na faculdade. Talvez eles tenham algum método supermoderno, que analisa as minhas respostas às perguntas de matemática e as converta em aprendizagem de jornalismo.

Sem contar que uma prova de avaliação do curso de Jornalismo sem uma redação não é prova, é exercício. Incrível isso.

A América mudou


A escolha de Barack Obama como novo presidente dos Estados Unidos é mais que uma vitória. É um marco na história americana. Os milhões de votos que recebeu o tornaram o primeiro presidente negro do país. Sua vitória representa uma mudança político-cultural incrível para a tão conservadora sociedade americana. Obama certamente vai entrar para a galeria onde já estão Reagan, Nixon e Kennedy. Esse último, assassinado em 1963.

Em seu discurso de vitória, Obama mencionou Lincoln, para citar que a nação deve estar unida. Que os americanos devem unir-se em torno de seu novo presidente, para qualificar a ainda mais poderosa nação do mundo.

O presidente terá pela frente uma missão ingrata: tirar os Estados Unidos da maior crise das últimas décadas. Não será uma tarefa fácil manter a maior potência econômica mundial ainda no comando. Talvez ela tenha chegado ao fim de seu ciclo.

A economia que impulsionou os EUA nos últimos anos está prestes a ruir. Com isso, o medo de uma quebradeira mundial é grande. Mas os economistas alertam que a crise não foi gerada hoje. É resultado de uma série de erros cometidos ao longo dos últimos anos. E talvez tenha chegado ao limite. E que ironia: caberá ao primeiro presidente negro de sua historia reverter tal crise. Obama terá um enorme pepino para descascar.

Sorte dos americanos que seu novo presidente é o Obama. Já pensou se fosse Osama? Ou melhor, fazendo jus ao seu sobrenome: seria Barack Obama ou Osama Hussein?

Se fosse o segundo, já saberíamos o que o novo presidente faria em janeiro do ano que vem: terrorismo na economia americana. Mas isso é algo que não deve acontecer. Obama fará mais pela história do país do que, simplesmente, ser o primeiro presidente negro a governar os Estados Unidos. Deverá ficar marcado na história como mais um período de mudança: o término de um ciclo e o início de outro.


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*Este texto foi publicado na minha coluna de opinião no Portal 3 desta semana.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Olé na Bombonera

É isso mesmo. Você não está tendo um delírio. "Olé, olé". Era isso que os cerca de 2 mil torcedores colorados cantavam, aos 42min do segundo tempo, em plena Bombonera. O Internacional vencia o Boca Júniors por 2 a 1 e classificava-se às semifinais da Copa Sul-Americana.

O colorado começou a vencer a partida antes do jogo. O técnico Tite surpreendeu e promoveu a entrada de Álvaro, deslocando Bolívar para a lateral direita. Foi assim, compacto e competitivo que a equipe alvi-rubra entrou em campo. Jogando com equipe reserva, o Boca Juniors, mesmo jogando em seu emblemático estádio, não suportou a melhor qualidade do time colorado.

Agora, de "alma lavada" o Internacional vai enfrentar o Chivas do México, pelas semifinais. Muito mais que a classificação, o que fica é o sentimento de vingança. Afinal, o mesmo Boca eliminou o Inter em 2004 e 2005 na Sul-Americana. A vitória representa o amadurecimento do colorado, como equipe.

Mais que a vitória, a maior alegria foi ver o Inter se soltar ao final do jogo. Menos tensa e com o placar já favorável, a equipe voltou a jogar como nos tempos da Libertadores. Trocas rápidas de passe e objetividade. O meio-campo, mais uma vez, foi o diferencial. Guiñazú, o gladiador de sempre. Lutou bravamente.
Grande Inter. Saiu vitorioso da Bombonera. Tirou a touca. Melhor que isso, só a janelinha do Alex no jogador do Boca, quase ao final do jogo. Épico.


terça-feira, 4 de novembro de 2008

TV Digital: é hoje


A preguiça bateu. Mas nem por isso deixo de prestar referência a um marco na história da televisão brasileira. A partir de hoje, mais precisamente às 19h30min, a RBSTV fará a primeira transmissão digital para Porto Alegre. É a TV digital tornando-se realidade.

Prosseguindo, cito o texto da minha colega de agexCOM, Maria Maurente, publicada no Portal 3 sobre a estréia das transmissões digitais. Segue:

TV Digital chega a Porto Alegre

Maria Maurente
Estagiária de Jornalismo

Nesta terça-feira, 4, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, estará em Porto Alegre para assinar os termos de consignação dos canais de televisão digital. A cerimônia será às 16h30, no Memorial do Rio Grande do Sul.

Mais tarde, às 19h30, a RBSTV será a primeira emissora gaúcha a dar início à transmissão digital para Porto Alegre e Região Metropolitana, em solenidade que contará com as presenças de Costa, Nelson Sirotsky e João Roberto Marinho. A cerimônia será realizada no pátio da emissora (Rua Rádio e Televisão Gaúcha, 189, no Morro Santa Tereza, em Porto Alegre).

Nesta quarta-feira, 5, o Jornal do Almoço já será produzido e transmitido totalmente em HDTV, a partir das 11h30. Antes disso, às 10h, uma palestra no Hotel Sheraton irá esclarecer as características e os fundamentos da televisão digital. Três executivos da Rede Globo serão palestrantes: Ricardo Esturaro, diretor de Planejamento Comercial da Central Globo de Marketing; Arthur Vilella, gerente de Engenharia Afiliadas e Expansão; e Francisco Viard, diretor de Operações.

Materiais explicativos serão disponibilizados ao público em pontos de experimentação. Carrefour, Casas Bahia, Colombo, Magazine Luiza, Manlec, Multisom, Ponto Frio, Wal-Mart e Zaffari são as redes de varejo que já disponibilizam TVs digitais. Os clientes também poderão comparar a nova tecnologia com a analógica.