segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A América mudou


A escolha de Barack Obama como novo presidente dos Estados Unidos é mais que uma vitória. É um marco na história americana. Os milhões de votos que recebeu o tornaram o primeiro presidente negro do país. Sua vitória representa uma mudança político-cultural incrível para a tão conservadora sociedade americana. Obama certamente vai entrar para a galeria onde já estão Reagan, Nixon e Kennedy. Esse último, assassinado em 1963.

Em seu discurso de vitória, Obama mencionou Lincoln, para citar que a nação deve estar unida. Que os americanos devem unir-se em torno de seu novo presidente, para qualificar a ainda mais poderosa nação do mundo.

O presidente terá pela frente uma missão ingrata: tirar os Estados Unidos da maior crise das últimas décadas. Não será uma tarefa fácil manter a maior potência econômica mundial ainda no comando. Talvez ela tenha chegado ao fim de seu ciclo.

A economia que impulsionou os EUA nos últimos anos está prestes a ruir. Com isso, o medo de uma quebradeira mundial é grande. Mas os economistas alertam que a crise não foi gerada hoje. É resultado de uma série de erros cometidos ao longo dos últimos anos. E talvez tenha chegado ao limite. E que ironia: caberá ao primeiro presidente negro de sua historia reverter tal crise. Obama terá um enorme pepino para descascar.

Sorte dos americanos que seu novo presidente é o Obama. Já pensou se fosse Osama? Ou melhor, fazendo jus ao seu sobrenome: seria Barack Obama ou Osama Hussein?

Se fosse o segundo, já saberíamos o que o novo presidente faria em janeiro do ano que vem: terrorismo na economia americana. Mas isso é algo que não deve acontecer. Obama fará mais pela história do país do que, simplesmente, ser o primeiro presidente negro a governar os Estados Unidos. Deverá ficar marcado na história como mais um período de mudança: o término de um ciclo e o início de outro.


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*Este texto foi publicado na minha coluna de opinião no Portal 3 desta semana.

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