terça-feira, 25 de novembro de 2008

A criatura

- Sangue! Isso no chão é sangue. Onde estão todos? O que aconteceu?

As portas do laboratório se fecham. Um pânico terrível toma conta de Dr. Charles que, após conseguir se controlar começa a percorrer a sala do laboratório. Percebe que tudo fora destruído. Nos computadores, fendas provocadas por garras, de algo não humano. Os frascos contendo DNA dos animais estavam todos quebrados. Tinham sido atirados ao chão. Ao lado da mesa principal, um braço humano. Estava estraçalhado. Provavelmente era de um de seus colegas. Ao desprender seus olhos do braço, vê que o vidro que protegia os cientistas da criatura estava quebrado.

De repente um barulho de garras ecoa na sala.
Toc. Toc. Toc. Toc...

- Meu Deus, o que eu fiz? Todo o projeto de minha vida e é isso o que acontece? Após dez anos tentando realizar a experiência. Quando finalmente tinha conseguido com sucesso reunir o DNA de um tigre e de um tiranossauro é isso o que acontece?

Dr. Charles estava perplexo. Uma mistura de desespero com arrependimento. Afinal, fora muito tempo de reclusão, sem dar atenção às suas filhas, com a fixação de brincar de deus. Seu sonho era criar uma criatura capaz de ser um assassino natural, mas que pudesse ser controlado. Sua idéia era poupar vidas. Utilizar a criatura em guerras, poupando a vida dos milhares de soldados que morriam inutilmente nas batalhas.

Mas ele acabara de descobrir que estava errado. Como poderia querer controlar uma criatura com um instinto tão assassino. Um predador natural?

Quanto mais Charles pensava no horror que causara, mais alto era o som que ecoava na sala.
Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc...

- Tenho que corrigir meu erro. Vejamos o que resta no laboratório, que ainda não está destruído. Sim, a velha nitroglicerina. Preciso corrigir o meu erro antes que seja tarde demais.

O som fica cada vez mais próximo.
Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc...

Charles reúne os componentes necessários para explodir o laboratório. Sua vida passa em sua mente. Seus filhos, seu modo de vida. O porquê iniciara a experiência. Mas principalmente, o que acontecerá se não destruir tudo. Ele precisava terminar o que começou.

A criatura entra no laboratório. É assustadora. Charles treme de pavor. O monstro pula em sua direção, com uma única coisa em mente. Aquilo que fora programada para fazer: matar.
De repente, um único som ecoa: boom!

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* Conto escrito em 2002.

Um comentário:

Carla P.S. disse...

Hahahaha...
Gente, tu tem uma imaginação de filme de Steven Spielbierg..
Toc toc toc..
Lembra de uns vizinhos que eu tinha na infância..Nós nos reuníamos todas as noites pra contar histórias de terror. Dai eu inventava coisas sobre et's, deixava todo mundo com medo. Hahah.. Viva aos contadores de histórias!
toc, toc, toc.. :P