segunda-feira, 24 de novembro de 2008

S.O.S. Amazônia


A notícia correu como um rastilho de pólvora: a Amazônia, pulmão da humanidade, estava para ser tomada pelas tropas americanas. Era apenas uma questão de tempo para que a operação iniciasse. E nós, os moradores da selva tínhamos o dever de impedir.

- Se esses “gringos” invadirem a floresta, o que será de nossa selva?
- Calma Zé, o povo indígena jamais deixará que isso aconteça.
- Mas Ubiara, eles possuem armas e muitos homens. Somos um alvo fácil.
- Aí é que você se engana. Nós temos o maior poder que a natureza nos oferece: temos seus recursos naturais.

- Como assim?
- Se eles têm lanchas para entrar via naval, nós temos o deus Sol, que fará com que os rios fiquem impróprios para a navegação.
- Mas e os tanques?
- Se eles têm tanques, nós possuímos o deus do Vento, que colocará obstáculos, impedindo que eles penetrem na selva.

- Certo Ubiara. Mas mesmo assim, há o que temer. Os americanos têm um enorme exército, pronto para atacar. O utilizarão sem piedade. O povo indígena não está preparado para a guerra.

- Não se aprece. Podemos não ter armas de fogo a nosso serviço, mas temos a fauna, que se encarregará de nos proteger, caso eles consigam entrar na mata.

E não é que Ubiara tinha razão. Quinze dias depois, o exército americano desembarcou na costa brasileira. A floresta Amazônica era seu objetivo. Trouxeram tanques, barcos e milhares de soldados.

Mas não é que, para nossa surpresa, as forças da natureza interviram: os rios secaram de tal forma, que se tornou inviável a navegação. O vento soprou muito forte, derrubando árvores, impedindo os tanques de penetrar na mata. E os soldados, bem os soldados, se viram obrigados a recuar, tamanha era a manifestação dos animais, que estavam a proteger a selva. Mesmo com armas, as tropas americanas não conseguiram combater as onças, cobras, pássaros e diversos outros animais que ali estavam para defender a Amazônia.

O poder de união daqueles que amam a floresta Amazônica foi maior que o daqueles que pretendiam torná-la um centro lucrativo, sugando suas riquezas.
___________
* Conto escrito em 2002.

2 comentários:

Gabi disse...

gostei horrores!

Carla P.S. disse...

Que bonito!
É verdade, Deus está do lado do justo, sendo que a justiça aqui pode até falhar..Mas do outro lado, nunca!
Quem nunca ficou ansioso com essa história da Amazônia?