sábado, 29 de novembro de 2008

Saiu do forno


O ato de cozinhar é, sem dúvida, uma arte. Imagine o prazer em criar pratos apetitosos, que são degustados de forma mais harmônica ainda. Pense em juntar todos os ingredientes indicados na receita: 10 colheres de sopa de vinagre de vinho, 10 colheres de sopa de açúcar, 2 patos novos de 1,5 kg cada um, 80 gramas de manteiga, 100 ml de conhaque, 100 ml de Curaçao, 8 laranjas médias, pimenta e sal. Deixe cozinhar por cerca de uma hora e, voalá, Pato na Laranja. Parece fácil. Para quem sabe, óbvio.

Eu já não me viro tão bem assim na cozinha. Sei fazer arroz, feijão, bife, batata frita e ovo frito. Quer um prato melhor? Ah! Eu sei cozinhar massa também. Incrível.

Mas falando sério agora. Já pensou no gourmet de um restaurante, que passa horas preparando um delicioso prato, como o Pato na Laranja. Seu prazer está na criação. Melhor do que comer, para ele, é elaborar a iguaria.

A arte de cozinhar é como a diagramação. Claro, quando você não come o que editora. Mas o processo é o mesmo: criar. Tão delicioso quanto elaborar um prato, foi diagramar a Primeira Impressão pela segunda vez. A cada matéria editada, o desafio de mesclar as fotos com os textos produzidos pelos alunos. Sempre procurando fazer de uma maneira diferente, atrativa.

A 30ª edição da revista Primeira Impressão acaba de sair do forno. Foi produzida pelos alunos das disciplinas de Redação Experimental em Revista e Projeto Experimental em Fotografia e, lançada nesta sexta-feira, 28. Quarenta e um alunos participaram do processo de construção. O ato de lançamento aconteceu, olha que sugestivo, na cafeteria Letras & Sabores, no Saguão da Biblioteca.

Com o tema “Limites”, a publicação traz assuntos que abordam tanto o excesso, quanto a falta de limites. Até onde vai o nosso limite? As editorias vão desde tolerância das pessoas, consumismo desenfreado, passando pela loucura, sexo, medo e religiosidade.

Tão saboroso quanto o Pato na Laranja está a Primeira Impressão. Por isso, delicie-se. Aproveite e pegue seu exemplar. Vale a pena conferir!


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*Publicado na minha coluna de opinião do Portal 3 desta semana.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

A gravata


Matheus estava indo para o escritório onde sua mulher Adriana trabalhava. Pretendia fazer uma surpresa. No caminho, passou na floricultura e comprou uma dúzia de rosas vermelhas. Dirigia-se alegremente ao escritório. Ao entrar, escuta vozes vindo da sala presidencial.

- Arruma a minha gravata?
- Claro, com o maior prazer. Assim você vai ficar um gato!
Matheus aproxima-se da porta, desprezando o que ouvira a pouco.
- Oi amor, resolvi fazer uma surpresa!
Ele observa Adriana arrumando a gravata de seu chefe Rodrigo. Estão em uma cena muito angelical.
- Mas o que é que está acontecendo aqui?

Logo, Matheus dá-se conta do óbvio que havia perguntado. Estava tudo muito claro, ele estava sendo traído. Pior, os pegara no flagra. Ele atira as flores ao chão e indaga:
- Como sou um idiota! Eu vindo feliz lhe visitar e você me traindo com esse engomadinho. Como eu não percebi isso antes? Todos aqueles cerões no trabalho. Agora está tudo muito claro. Traidora!

- Matheus, você está muito agitado. Acalme-se.
- Que me acalmar. Eu vi tudo. Você arrumando o terno dele para parecer que nada aconteceu.
- Ela só estava arrumando a minha gravata. Explicou Rodrigo, completamente constrangido pelo fato.
- Vocês pensam que eu sou tonto?
- Claro que não. Mas Matheus, você sabe que eu te amo. Como eu poderia...
- Chega! Não adianta tentar se explicar. Eu vi tudo. Com meus próprios olhos. Ninguém me contou.

- Ela só estava arrumando a minha gravata.
- E tu cala essa boca, porque senão tu vai apanhar. Disse Matheus, num tom desesperado.

Ana, a recepcionista do escritório ouve os gritos de Matheus. Num ato de grande curiosidade ela entra na sala. Logo junta os dados: estava diante de um marido que acabara de ser traído. Ela sempre pensar o que diria a um marido traído caso presenciasse uma cena destas. Como agiria. Se o consolaria. Ou “daria nos dedos dele”. Tinha uma grande mágoa, pois seu antigo namorado a havia trocado por uma garota dez anos mais nova que ela.

- Acalme-se Matheus, isso poderia ter acontecido com qualquer um. Mas foi com você. A culpa é dela. Após a fala, Ana abraça Matheus, consolando-o.
- Ela só estava arrumando a minha gravata.
- Não entendo o que eu fiz para você pensar isso. Alguma vez lhe dei indícios de que te traia?

- Já chega! Eu não quero mais saber de explicações. Vocês dois na maior intimidade. Eu vi tudo. O que queria que eu pensasse? Que só estava arrumando a gravata dele? Não sou ingênuo. Está tudo tão claro. Você acabou de me trair.

- Não seja idiota. Voe está distorcendo tudo. Eu não te traí.
- Cala essa boca! Eu vi tudo.
Matheus vê uma tesoura em cima da mesa de Rodrigo e a pega.
- Larga essa tesoura Matheus.
- Eu vou acabar com tudo isso.
- Você está louco? Vai acabar com o quê?

- Ela só estava arrumando a minha gravata.
- Já disse que chega. Não há explicação que vai me convencer de que o que eu vi nesta sala não era uma traição.
- Ele tem razão. Vocês dois estavam aí, a sós na sala trocando intimidades e agora querem negar? Disse Ana, ao aproximar-se de Matheus.

- Te liga garota. Tu não sabe de nada do que aconteceu. Respondeu Adriana, enfurecida.
- Acha que sou tonta, como o teu marido? Eu sempre desconfiei que vocês tinham um caso. Pensa que eu não sei que ficas até altas horas com ele, sozinhos no escritório?
- Sei disso, mas nós só estamos trabalhando num projeto muito importante. Nunca me passou pela cabeça trair o Matheus.

- Já chega! Sem mais explicações. Tu só ta piorando a coisa. Indagou um Matheus transtornado.
- Ela só estava arrumando a minha gravata.
- Eu já mandei tu calar a boca!
Matheus arma a tesoura para o golpe.
- Para Matheus. Eu já disse que não te traí.
- Ele viu tudo. Quer negar agora? Acho que não tem mais volta. Já era guria. Disse Ana.
- Não está vendo que ele quer matá-lo? Ajude-nos, por favor! Gritou Adriana, num ato desesperado para conter Matheus.

- Chega Adriana. Ele tem que pagar.
- Mas meu Deus, pagar por quê?
- Não se faça de sonsa, eu vi tudo.
- Quantas vezes vou ter que dizer que não houve nada entre nós?
- Ela só estava arrumando a minha gravata.
- Eu vi tudo. Querem negar? Não há mais como. O tempo acabou.

Matheus pega a tesou e crava no peito de Rodrigo. A morte é quase que imediata.
Na cadeia, Matheus explicava a seus novos amigos que estava preso por ter matado um engomadinho que estava tendo um caso com a sua mulher. E que, por sorte, pegara os dois no flagra. Mais alguns instantes e teria sido feito de idiota. Talvez ainda estaria sendo traído. Conseguia imaginar a cena: os dois depois de mais uma transa, rindo dele.

A notícia de que Rodrigo fora morto por Matheus se espalhou por toda a cidade. Todos os seus amigos comentavam o final trágico que teve. Seu único crime: querer que arrumassem a sua gravata.
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*Texto escrito em 2002.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A prima dona


Ah, o teatro. Já fazia um bom tempo que não assistia a uma peça de teatro. Estar sentado ali, pela primeira vez, no Qorpo Santo, da UFRGS, foi deveras gratificante. Assistir a um belo espetáculo então, nem se fala.

A peça era um monólogo, encenado pela minha colega de agexCOM, Letícia Chiochetta. O título, imenso: Grande Recital Operístico e Conversações Intrusivas sobre a Vida e a Arte dos Artistas. A apresentação é um texto adaptado do dramaturgo Alcione Araújo, “A prima dona”. Vale a pena conferir!

O monólogo tem três histórias que se entrelaçam, narradas por Diva, uma artista frustrada, apaixonada por uma cantora lírica. As quebras de cenas dão ritmo à peça, tornando-a agradável, como poucas já vi. Evito maiores comentários sobre a encenação em si.

O que mais me fascinou ao assistir a peça foi, sem dúvida, a desenvoltura da Letícia. Confesso que fiquei extremamente surpreendido. Fazia muito tempo que não me impressionava tanto com algo.

Foi diferente ver no palco, uma pessoa que convivo diariamente, mas que nunca pensei que pudesse contracenar desta forma. É uma atriz pronta, com certeza. Terá um grande futuro pela frente. A sua presença de palco e desenvoltura, sem falar nas expressões faciais, o libido, os personagens simultâneos.

Mas se engana quem pensa que assisti a um espetáculo qualquer. É deveras uma raridade. Muito se fala no mundo da cultura sobre os artistas de teatro. Na sua grande maioria, os atores são especialistas em um determinado conceito. Raríssimas são as exceções onde o ator canta, dança e interpreta. O mais comum é encontrarmos atores que interpretam e dançam.

Não é o caso da Letícia. Penso que ela faz parte de um seleto grupo. Leia-se aí Miguel Falabela e Cláudia Raia. Estes sim, os a meu ver, mais completos artistas da atualidade. E veja, para minha surpresa, minha colega de estágio faz parte desta grife. Impressionante!

Para finalizar, lembro que o canto apresentado por ela foi o canto lírico. Considerado por muitos, o mais difícil de interpretar. E, pelo pouco que conheço, agravados pelas trocas de tons onde, no monólogo a Letícia canta em classes diferentes.

Sem dúvida há um dado interessante na apresentação: o gosto pelo que se faz. É incrível a entrega dela aos personagens. Mostra de que tudo aquilo que se faz com amor, é melhor. Enquanto assistia, pensava nas conversas onde ela sempre declarou sua paixão pelo teatro. Nunca pensei que fosse de tal forma recíproca enquanto encenava. Impressionante!

A um passo do título


Um jogo tenso. Digno de uma grande final. Creio que esta seja a melhor definição do jogo entre Inter e Estudiantes, ontem na Argentina, pela Copa Sul-Americana.

O duelo mal havia começado e o guerreiro Guiñazú já estava amarelado. Com apenas cinco minutos de jogo o gringo recebeu o cartão do árbitro Carlos Amarilla (PAR). Justo, diga-se de passagem. Era o prenúncio de um jogo difícil.

Não demorou muito para Guiñazú ser expulso. Aos 24 min, o argentino fez nova falta passível de cartão amarelo. E o árbitro assim o fez. Mas como era o segundo, o árbitro aplicou o cartão vermelho. O mais polivalente dos jogadores colorados fora expulso, ainda no primeiro tempo.

Mas o jogo, que parecia encaminhar-se para um filme de terror, mostrou-se renovador. Tite mais uma vez provou ser um grande técnico. Em mais um banho tático no adversário, postou o Inter mais atrás, em duas linhas de quatro marcadores e somente Nilmar à frente. Bastou.

E como eu havia dito no post de ontem, o jogo passaria pelos pés dos jogadores “diferenciados” das duas equipes. Eles decidiriam o embate.

O Inter marcou o gol da vitória ainda no primeiro tempo. D’Alessandro lançou Nilmar, que ganhou na velocidade do zagueiro Desábato, que o derrubou dentro da área. E ali, é pênalti. Alex precisou bater duas vezes para valer, pois o árbitro mandou voltar a cobrança. Depois, o colorado só se defendeu. Contra-atacou quando pode com a velocidade de Nilmar. Aproveitou a catimba de D’Alessandro. Deixou o tempo passar.

Tenso. Muito tenso o duelo de ontem. É o Inter a um passo de mais um título inédito.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Pra fazer história


Hoje, às 22 horas, quando Carlos Amarilla (PAR) apitar o início do jogo entre Estudiantes de La Plata e Internacional, válido pela Copa Sul-Americana, estaremos presenciando mais um capítulo da história. Vai ser a primeira vez que uma equipe brasileira chega à decisão da segunda mais importante competição da América.

Nuestros hermanos argentinos são os especialistas no torneio. Das cinco edições, faturaram quatro. O país do futebol está perdendo feio até agora. Por isso, o Internacional é o Brasil nesta noite. Na Argentina, busca um título inédito para o país.

Perder por 2 a 1 não deixa de ser um mau resultado pro colorado. Contudo, faço parte da parcela dos otimistas. Acredito que o Inter sai de Buenos Aires com um resultado favorável. Talvez até com uma vitória.

Vale lembrar que na semifinal o trio Alex-Nilmar-D’Alessandro não pode atuar junto. E foi o que foi. Claro que o adversário desta noite não é o Chivas. O Estudiantes conta com o craque Verón. É muito mais time que a equipe mexicana.

O jogo de hoje passa pelos pés destes jogadores. Quem se sair melhor, sai vitorioso.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A criatura

- Sangue! Isso no chão é sangue. Onde estão todos? O que aconteceu?

As portas do laboratório se fecham. Um pânico terrível toma conta de Dr. Charles que, após conseguir se controlar começa a percorrer a sala do laboratório. Percebe que tudo fora destruído. Nos computadores, fendas provocadas por garras, de algo não humano. Os frascos contendo DNA dos animais estavam todos quebrados. Tinham sido atirados ao chão. Ao lado da mesa principal, um braço humano. Estava estraçalhado. Provavelmente era de um de seus colegas. Ao desprender seus olhos do braço, vê que o vidro que protegia os cientistas da criatura estava quebrado.

De repente um barulho de garras ecoa na sala.
Toc. Toc. Toc. Toc...

- Meu Deus, o que eu fiz? Todo o projeto de minha vida e é isso o que acontece? Após dez anos tentando realizar a experiência. Quando finalmente tinha conseguido com sucesso reunir o DNA de um tigre e de um tiranossauro é isso o que acontece?

Dr. Charles estava perplexo. Uma mistura de desespero com arrependimento. Afinal, fora muito tempo de reclusão, sem dar atenção às suas filhas, com a fixação de brincar de deus. Seu sonho era criar uma criatura capaz de ser um assassino natural, mas que pudesse ser controlado. Sua idéia era poupar vidas. Utilizar a criatura em guerras, poupando a vida dos milhares de soldados que morriam inutilmente nas batalhas.

Mas ele acabara de descobrir que estava errado. Como poderia querer controlar uma criatura com um instinto tão assassino. Um predador natural?

Quanto mais Charles pensava no horror que causara, mais alto era o som que ecoava na sala.
Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc...

- Tenho que corrigir meu erro. Vejamos o que resta no laboratório, que ainda não está destruído. Sim, a velha nitroglicerina. Preciso corrigir o meu erro antes que seja tarde demais.

O som fica cada vez mais próximo.
Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc...

Charles reúne os componentes necessários para explodir o laboratório. Sua vida passa em sua mente. Seus filhos, seu modo de vida. O porquê iniciara a experiência. Mas principalmente, o que acontecerá se não destruir tudo. Ele precisava terminar o que começou.

A criatura entra no laboratório. É assustadora. Charles treme de pavor. O monstro pula em sua direção, com uma única coisa em mente. Aquilo que fora programada para fazer: matar.
De repente, um único som ecoa: boom!

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* Conto escrito em 2002.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

S.O.S. Amazônia


A notícia correu como um rastilho de pólvora: a Amazônia, pulmão da humanidade, estava para ser tomada pelas tropas americanas. Era apenas uma questão de tempo para que a operação iniciasse. E nós, os moradores da selva tínhamos o dever de impedir.

- Se esses “gringos” invadirem a floresta, o que será de nossa selva?
- Calma Zé, o povo indígena jamais deixará que isso aconteça.
- Mas Ubiara, eles possuem armas e muitos homens. Somos um alvo fácil.
- Aí é que você se engana. Nós temos o maior poder que a natureza nos oferece: temos seus recursos naturais.

- Como assim?
- Se eles têm lanchas para entrar via naval, nós temos o deus Sol, que fará com que os rios fiquem impróprios para a navegação.
- Mas e os tanques?
- Se eles têm tanques, nós possuímos o deus do Vento, que colocará obstáculos, impedindo que eles penetrem na selva.

- Certo Ubiara. Mas mesmo assim, há o que temer. Os americanos têm um enorme exército, pronto para atacar. O utilizarão sem piedade. O povo indígena não está preparado para a guerra.

- Não se aprece. Podemos não ter armas de fogo a nosso serviço, mas temos a fauna, que se encarregará de nos proteger, caso eles consigam entrar na mata.

E não é que Ubiara tinha razão. Quinze dias depois, o exército americano desembarcou na costa brasileira. A floresta Amazônica era seu objetivo. Trouxeram tanques, barcos e milhares de soldados.

Mas não é que, para nossa surpresa, as forças da natureza interviram: os rios secaram de tal forma, que se tornou inviável a navegação. O vento soprou muito forte, derrubando árvores, impedindo os tanques de penetrar na mata. E os soldados, bem os soldados, se viram obrigados a recuar, tamanha era a manifestação dos animais, que estavam a proteger a selva. Mesmo com armas, as tropas americanas não conseguiram combater as onças, cobras, pássaros e diversos outros animais que ali estavam para defender a Amazônia.

O poder de união daqueles que amam a floresta Amazônica foi maior que o daqueles que pretendiam torná-la um centro lucrativo, sugando suas riquezas.
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* Conto escrito em 2002.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Massacre


O dia 20 de novembro de 2008 vai entra para história. Mais do que por comemorar o Dia da Bandeira. Foi nesta data que, de forma esmagadora, o Internacional tornou-se o primeiro clube brasileiro a chegar à final da Copa Sul-Americana.

E a conquista chegou de maneira irrepreensível. Os 4 a 0 aplicados pela equipe de Tite demonstrou a superioridade do esquadrão colorado. Comandados pelo argentino D’Alessandro, o Inter não teve dificuldades em golear a frágil equipe do Chivas, do México. Nem a ausência de Alex, a serviço da seleção, atenuou a superioridade.

Agora, o Inter espera a definição do adversário, que acontece hoje a noite. Estudiantes ou Argentinos Juniors? Seja qual for o adversário da final, será um grande duelo.

sábado, 15 de novembro de 2008

Uma noite de inverno


Direto do baú do tempo, retirado dos cadernos velhos do distante ano de 2002, "Uma noite de inverno". Para quem já leu, é uma chance de rever. Para quem não conhece, é uma oportunidade de conhecer um estilo que pouco uso por aqui: contos. Boa leitura.


Uma noite de Inverno

Não quero nem devo lembrar aqui porque me encontrava naquela barca. Só sei que, ao redor, tudo era silêncio e trevas. E me sentia bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável e tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um rapaz, uma moça com sua irmã e eu.

O rapaz, de aparência mórbida, vestia uma capa preta de lã. Sentava ao fundo, inquieto. A moça estava à minha frente. Sentada ao seu lado, a irmã, que a abraçava tentando espantar-lhe o frio. A mais jovem vestia apenas um vestido que mal tocavam as canelas.

Fazia frio. Logo de início pensei em oferecer-lhes o meu casaco, mas não o fiz. Por quê? Não sei. A viagem ia passando e a cada instante, sentia-me mais incomodado em não ter dado meu casaco à menina.

Uma névoa começa a pairar sobre a embarcação, esfriando ainda mais os já frios bancos da barca. Resolvi fumar um cigarro. Mas, ao pegá-los, a caixa de fósforos cai ao chão. A menina se desvencilha dos braços confortáveis de sua irmã e os junta do chão:

- Seus fósforos, o senhor deixou cair.
- Obrigado! – As palavras me faltaram. A menina num gesto inocente pôs a meu ver todo meu egoísmo.

Suas mãos tremiam, tamanho era o seu frio e eu, perplexo com tão belo gesto. Dei-me conta então, que deveria ter-lhe oferecido o casaco antes.

- Você está tremendo de frio. Tome o meu casaco!
- Não! Eu não devo.
- Como não? Pegue.
- Muito obrigado, não sabemos como lhe agradecer, é que estava quente à tardinha e eu e minha irmã nos atrasamos. – disse-me a moça.

Voltei-me para a moça que agarrara a mão da menina. Tinha cabelos castanhos, olhos verdes, brilhantes como duas esmeraldas. Notei que suas vestes eram simples, mas de muita elegância.

- Você não é daqui, é? – perguntou-me a moça, com um lindo sorriso.
- Não. Estou só de passagem, to indo visitar minha tia. Ela mora do outro lado do rio. E você, mora aqui por perto?
- Sim. Eu moro do outro lado do rio, subindo pela estradinha da direita. – explicou-me a moça.

Lembrei-me que quando criança, quando ia para casa de minha tia, brincava com uma linda menina de olhos verdes, que morava por perto. Só podia ser ela.

De repente, o rapaz levanta-se de seu banco, interrompendo o silêncio em que refletia.
- Dê-me a menina! Vadia. - gritou ele em tom ameaçador.
- Nunca. Afaste-se de mim! – respondeu ela apavorada.

E agora! Encontrava-me no meio de ambos, sem saber o que fazer. A moça apavorada parecia temer algo. O que fazer?
O rapaz tira uma arma do bolso da capa e ameaça atirar.

- Atire se quiser. Só me matando levará a Júlia. – falou a moça, colocando-se à frente da menina.
Ele engatilha a arma. Está prestes a atirar. Eu, num momento de descuido do rapaz, parti para cima dele, a fim de tomar-lhe a arma. Ele resiste. Durante a luta, dois tiros quebram o silêncio do rio.

O rapaz cai morto no chão e eu, olho para meu peito. Só sangue. Uma das balas me acertou. Caí ao chão, sem forças para levantar. A respiração começa a ficar ofegante.
Um flash-back de minha vida passa ali, diante de meus olhos. Era minha infância e via, na casa de minha tia, uma linda garotinha de olhos verdes, brilhantes feito esmeraldas.

A moça, num gesto de me socorrer, pega um lenço que tem no bolso e com as mãos, tenta estancar o sangue até terminar a travessia.
- É você! – disse quase já sem conseguir falar.
- Como assim?
- A bela menina que eu brincava quando criança no alto do morro.
- Meu Deus! Passei todos estes anos tentando encontrar-lhe e nosso reencontro tinha de ser assim?
A moça tira a mão de meu peito e beija-me.

Vou com um sentimento de felicidade, pois, minha última imagem foi a bela menina dos olhos verdes como esmeraldas.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Perdão aos torturadores


Os Estados Unidos orgulham-se por sua guerra civil. Entre 1861 e 1865, os americanos lutaram internamente por sua nação, fortalecendo seu país e dando margem ao que hoje é a maior potência econômica mundial.

No Brasil, a luta não foi dada através de guerra civil, como nos EUA. Ocorreu por meio da ditadura militar. Foi o confronto entre o governo e os cidadãos, revoltosos por virtude do golpe. No período entre 1964 e 1985, milhares de brasileiros foram torturados e mortos. Muitos, até hoje, ainda não foram encontrados. Figuram na lista dos desaparecidos no período negro do país.

O Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) foi, por muitos anos, o inquisidor brasileiro. Era lá, nos confins dos corredores nefastos da polícia brasileira que os militantes eram torturados. Motivos políticos eram as principais causas. Seria porque detinham uma informação de suma importância para o prosseguimento da nação brasileira? Creio que não. Ou era porque faziam parte de um movimento que pretendia assassinar o presidente? É possível. Vai saber.

Ocorre que, 35 anos depois, o Governo Federal pretende rever a Lei da Anistia (6.683/79). Segundo o inciso 43 do Artigo 5º, é considerado crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo aos mandantes, aos executores e aos que, podendo evitá-los, se omitirem.

Na verdade, a polêmica iniciou quando a Advocacia Geral da União (AGU) deu um parecer defendendo a prescrição dos crimes de tortura ocorridos no regime militar. Em função disto, a OAB ingressou com pedido de análise da lei no STF. A ação contesta a validade do primeiro artigo da Lei da Anistia que considera como conexos e igualmente perdoados os crimes "de qualquer natureza" relacionados aos crimes políticos ou praticados por motivação política no período da ditadura.

Ora, como considerar perdoado um ato de tortura? Qual pessoa, em sã consciência iria apoiar tal alteração na lei? Mesmo que já tenham se passado mais de 30 anos, é inadmissível que a AGU pense em mudar a Lei da Anistia. E as mulheres que tiveram seus maridos torturados? E quanto àquela criança que cresceu sem ter um pai presente, porque ele sumiu em meio ao holocausto da ditadura militar brasileira?

Certamente nossos juristas não pensaram nessas pessoas. Desqualificar a Lei da Anistia é no mínimo imperícia, para não dizer algo pior. Está aí o Pinochet, para provar que crimes de guerra não prescrevem. O ato de tortura deve ser reprovado sempre. E deve ser punido como manda a constituição brasileira.
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* Texto publicado na Coluna de Opinião do Portal 3 nesta semana.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O primeiro passo


O Internacional venceu o Chivas por 2 a 0 ontem, no histórico templo do Tri-campeonato mundial da Seleção, o estádio Jalisco. O jogo era válido pelas semifinais da Copa Sul-Americana. Agora, o colorado pode perder por até um gol de diferença, que ainda fica com a vaga para a final.

De resto, resigno-me a comentar sobre a obtenção do equilíbrio de time. Tite, ao que parece, finalmente encontrou “a equipe” do Inter. Depois de um início conturbado de trabalho, o técnico está com o grupo na mão. Prova disso é a dedicação e empenho por parte dos jogadores, que parece estar retornando.

Os prognósticos são muito bons para o ano do Centenário. Claro, para isso é preciso dar continuidade ao trabalho. A direção precisa contratar alguns reforços e, a manutenção do técnico é fundamental.

Por mais que Tite não seja unanimidade, não há o que questionar a sua competência. A direção não deve cometer os mesmos erros de anos anteriores e montar o time em meio às competições. O Brasileirão deste ano é o melhor exemplo disso. Tivesse o Inter montado sua equipe em março, certamente estaria brigando pelo título.

Cogita-se a volta de Muricy Ramalho para comandar o esquadrão alvi-rubro no Centenário. Fala-se em Paulo Autuori também. Mas há de se convir: Muricy certamente seria o técnico ideal, mas há motivos para mudar de técnico, só porque é o Centenário do Clube?

Agora que Tite encontrou o equilíbrio de time, através da repetição de time, não há porque mudar. Então, lancemos a campanha: Fica Tite!

Ah! Já ia esquecendo. Ontem, após o jogo contra o Chivas, em entrevista ao repórter da rádio Gaúcha, o assessor Fernando Carvalho, abriu a curiosidade sobre contratações. É possível que dois jogadores já estejam com os negócios encaminhados. Cicinho (péssima idéia, marca tanto quanto o Ângelo) e o Capitão América. É isso mesmo, parece que ele vai voltar pro Centenário. E que venha o Fernangol. Deixe para Tite decidir onde escalá-lo.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A copinha

Muitas equipes do futebol brasileiro e sul-americano desprezaram a Copa Sul-Americana. A explicação para o descaso era sempre a mesma: “é uma competição que não leva a nada. O importante é a Libertadores.”

Pois agora pasmem os secadores. A competição em que o Grêmio foi eliminado pelo Internacional, mais uma vez, vai levar à Copa Libertadores da América 2009. Vale lembrar que o tricolor escalou time reserva na competição.

A Comebol deve anunciar, no próximo dia 25, que a Copinha, desprezada pelos clubes, vai ser um atalho para a Libertadores. Não acreditou? Então ta lá, na Zero Hora de hoje:

Sul-Americana vira caminho à Libertadores

Os patrocinadores da Sul-Americana pediram e foram atendidos: no dia 25 deste mês, a Conmebol anunciará que este torneio já é passagem para a Libertadores da América. O vencedor deste ano disputará com a LDU, do Equador, atual campeã da Libertadores, uma vaga para a edição 2009 da principal competição da América do Sul.

De onde saiu esta vaga? Simples. O vencedor da Libertadores da América não terá mais vaga assegurada para a edição do ano seguinte. Terá que disputá-la em uma repescagem com o campeão da Sul-Americana. Se a LDU ganhar esta disputa e também tiver classificação assegurada através do campeonato equatoriano, abrirá espaço para outro clube do Equador, país que tem direito a três vagas na Libertadores.

Como o novo critério já está valendo na Sul-Americana desta temporada, o Inter, que enfrenta o Chivas na semifinal, é um dos candidatos a se beneficiar da alteração. Fica aberta, também, a possibilidade de o Rio Grande do Sul contar com dois representantes na Libertadores, como ocorreu em 2007.

A decisão da Conmebol é uma resposta ao pouco caso que algumas equipes fizeram da Sul-Americana deste ano. Clubes como São Paulo, Palmeiras, Grêmio e Atlético-PR optaram por escalar reservas. Com o objetivo de valorizar a Sul-Americana, a Conmebol e os patrocinadores decidiram abrir ao campeão a perspectiva de participar da Libertadores.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Avaliação de curso?

O exame do Enade, aplicado neste domingo, para avaliar a qualidade dos cursos universitários no Brasil foi, no mínimo, inusitado. Esperava encontrar uma prova com cerca de 50 questões. Com um conteúdo que avaliasse a qualidade de meu curso. Contudo, não foi o que encontrei.

Antes de continuar, porém, é bom relembrar alguns acontecimentos. Dois anos atrás, por motivos de força maior, não realizei o exame avaliativo do Enade. Em função disto, fui convocado para realizar novamente esse ano. Como eu, outros estudantes com situação irregular também foram convidados a comparecer.

Mas voltando aos preparativos da prova. Entrei na sala faltando 15 minutos para o início. Para minha surpresa, a prova tinha apenas dez questões para responder. Para piorar as coisas, não podia sair da sala antes das 14h30min. Ou seja, teria que ficar no mínimo uma hora e trinta minutos para responder a apenas dez questões.

Ora, por mais que não tenha comparecido ao exame do Enade dois anos atrás, é no mínimo um descritério do MEC convocar novamente os alunos para uma prova de conhecimentos gerais e com apenas dez questões.

Como vão avaliar o que aprendemos nas noites de universidade, freqüentando o curso de Jornalismo ou seja lá qual curso for? É incrível que tenha perdido a tarde de domingo para realizar uma prova que deveria avaliar a qualidade do meu curso e, no entanto, não cumpre seu objetivo.

Gostaria de saber como o MEC vai saber o que aprendo na faculdade. Talvez eles tenham algum método supermoderno, que analisa as minhas respostas às perguntas de matemática e as converta em aprendizagem de jornalismo.

Sem contar que uma prova de avaliação do curso de Jornalismo sem uma redação não é prova, é exercício. Incrível isso.

A América mudou


A escolha de Barack Obama como novo presidente dos Estados Unidos é mais que uma vitória. É um marco na história americana. Os milhões de votos que recebeu o tornaram o primeiro presidente negro do país. Sua vitória representa uma mudança político-cultural incrível para a tão conservadora sociedade americana. Obama certamente vai entrar para a galeria onde já estão Reagan, Nixon e Kennedy. Esse último, assassinado em 1963.

Em seu discurso de vitória, Obama mencionou Lincoln, para citar que a nação deve estar unida. Que os americanos devem unir-se em torno de seu novo presidente, para qualificar a ainda mais poderosa nação do mundo.

O presidente terá pela frente uma missão ingrata: tirar os Estados Unidos da maior crise das últimas décadas. Não será uma tarefa fácil manter a maior potência econômica mundial ainda no comando. Talvez ela tenha chegado ao fim de seu ciclo.

A economia que impulsionou os EUA nos últimos anos está prestes a ruir. Com isso, o medo de uma quebradeira mundial é grande. Mas os economistas alertam que a crise não foi gerada hoje. É resultado de uma série de erros cometidos ao longo dos últimos anos. E talvez tenha chegado ao limite. E que ironia: caberá ao primeiro presidente negro de sua historia reverter tal crise. Obama terá um enorme pepino para descascar.

Sorte dos americanos que seu novo presidente é o Obama. Já pensou se fosse Osama? Ou melhor, fazendo jus ao seu sobrenome: seria Barack Obama ou Osama Hussein?

Se fosse o segundo, já saberíamos o que o novo presidente faria em janeiro do ano que vem: terrorismo na economia americana. Mas isso é algo que não deve acontecer. Obama fará mais pela história do país do que, simplesmente, ser o primeiro presidente negro a governar os Estados Unidos. Deverá ficar marcado na história como mais um período de mudança: o término de um ciclo e o início de outro.


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*Este texto foi publicado na minha coluna de opinião no Portal 3 desta semana.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Olé na Bombonera

É isso mesmo. Você não está tendo um delírio. "Olé, olé". Era isso que os cerca de 2 mil torcedores colorados cantavam, aos 42min do segundo tempo, em plena Bombonera. O Internacional vencia o Boca Júniors por 2 a 1 e classificava-se às semifinais da Copa Sul-Americana.

O colorado começou a vencer a partida antes do jogo. O técnico Tite surpreendeu e promoveu a entrada de Álvaro, deslocando Bolívar para a lateral direita. Foi assim, compacto e competitivo que a equipe alvi-rubra entrou em campo. Jogando com equipe reserva, o Boca Juniors, mesmo jogando em seu emblemático estádio, não suportou a melhor qualidade do time colorado.

Agora, de "alma lavada" o Internacional vai enfrentar o Chivas do México, pelas semifinais. Muito mais que a classificação, o que fica é o sentimento de vingança. Afinal, o mesmo Boca eliminou o Inter em 2004 e 2005 na Sul-Americana. A vitória representa o amadurecimento do colorado, como equipe.

Mais que a vitória, a maior alegria foi ver o Inter se soltar ao final do jogo. Menos tensa e com o placar já favorável, a equipe voltou a jogar como nos tempos da Libertadores. Trocas rápidas de passe e objetividade. O meio-campo, mais uma vez, foi o diferencial. Guiñazú, o gladiador de sempre. Lutou bravamente.
Grande Inter. Saiu vitorioso da Bombonera. Tirou a touca. Melhor que isso, só a janelinha do Alex no jogador do Boca, quase ao final do jogo. Épico.


terça-feira, 4 de novembro de 2008

TV Digital: é hoje


A preguiça bateu. Mas nem por isso deixo de prestar referência a um marco na história da televisão brasileira. A partir de hoje, mais precisamente às 19h30min, a RBSTV fará a primeira transmissão digital para Porto Alegre. É a TV digital tornando-se realidade.

Prosseguindo, cito o texto da minha colega de agexCOM, Maria Maurente, publicada no Portal 3 sobre a estréia das transmissões digitais. Segue:

TV Digital chega a Porto Alegre

Maria Maurente
Estagiária de Jornalismo

Nesta terça-feira, 4, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, estará em Porto Alegre para assinar os termos de consignação dos canais de televisão digital. A cerimônia será às 16h30, no Memorial do Rio Grande do Sul.

Mais tarde, às 19h30, a RBSTV será a primeira emissora gaúcha a dar início à transmissão digital para Porto Alegre e Região Metropolitana, em solenidade que contará com as presenças de Costa, Nelson Sirotsky e João Roberto Marinho. A cerimônia será realizada no pátio da emissora (Rua Rádio e Televisão Gaúcha, 189, no Morro Santa Tereza, em Porto Alegre).

Nesta quarta-feira, 5, o Jornal do Almoço já será produzido e transmitido totalmente em HDTV, a partir das 11h30. Antes disso, às 10h, uma palestra no Hotel Sheraton irá esclarecer as características e os fundamentos da televisão digital. Três executivos da Rede Globo serão palestrantes: Ricardo Esturaro, diretor de Planejamento Comercial da Central Globo de Marketing; Arthur Vilella, gerente de Engenharia Afiliadas e Expansão; e Francisco Viard, diretor de Operações.

Materiais explicativos serão disponibilizados ao público em pontos de experimentação. Carrefour, Casas Bahia, Colombo, Magazine Luiza, Manlec, Multisom, Ponto Frio, Wal-Mart e Zaffari são as redes de varejo que já disponibilizam TVs digitais. Os clientes também poderão comparar a nova tecnologia com a analógica.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Caiu a casa tricolor


Eis que a segunda-feira chegou. O Inter fez nada mais que o esperado e levou 3 a 0 do São Paulo no Morumbi. O técnico Tite ainda escalou sete titulares do esquadrão alvi-rubro, o que não foi suficiente para segurar o tricolor paulista. Sem almejar mais nada neste Brasileirão, o Inter seguiu a rotina que o perseguiu o campeonato inteiro: perder fora do Beira Rio.

Já o Grêmio, que tinha tudo para continuar na liderança, vacilou. Empatou em 1 a 1 com o Figueirense no Estádio Olímpico e deixou escapar a liderança. Pior que o empate, foi a sensação de que por pouco, muito pouco não saiu derrotado. Agradeçam à pontaria do Tadeu. Não fosse a sua total imperícia na hora de concluir a gol, o resultado teria sido outro: vitória do figueira.

A sorte do Grêmio foi que Cruzeiro e Flamengo não venceram seus jogos. O Cruzeiro foi ao Serra Dourada e provou do próprio veneno. Levou um gol muito cedo, que desestruturou a equipe de Adilson Batista, que levou 3 a 0 em 16 minutos. Já o mengão não passou de um empate em casa com a Portuguesa. Se estes tivessem vencido seus jogos, a situação tricolor seria muito pior.

Agora, o Grêmio vai a São Paulo enfrentar o Palmeiras. O embate no Parque Antártica poderá tirar uma das duas equipes da disputa pelo título. Pode acontecer de tudo neste jogo, menos o empate.

E o que parecia um delírio de um torcedor colorado, após esmagadora vitória do Inter no último Gre-nal, hoje, é nada mais que uma certeza: o Grêmio está fortemente ameaçado de não disputar a Libertadores ano que vem. Seria um tropeço e tanto. A equipe que chegou a estar seis pontos à frente do segundo colocado, hoje encontra-se na terceira posição. Uma derrota diante do Palmeiras pode significar a ausência, pela primeira vez neste segundo turno, do Grêmio no G-4. Caiu a casa.

Promoção cultural


A rede norte-americana Cinemark promove somente hoje, a nona edição do Projeta Brasil. O evento consiste na exibição de filmes nacionais a preços promocionais. As 363 salas da rede no Brasil vão exibir filmografias ao custo de R$ 2,00. É uma ótima oportunidade para conferir de perto as produções exibidas no país.


No Rio Grande do Sul, as exibições acontecem em Porto Alegre e Canoas. A lista de filmes tem 15 longas. Entre os destaques, estão Meu Nome não é Johnny, campeão nacional do ano, com 2,1 milhões de espectadores, Ensaio sobre a Cegueira, de Fernando Meirelles, a comédia Casa da Mãe Joana, Linha de Passe, que deu a Sandra Corveloni o prêmio de melhor atriz em Berlim, e o recente Próxima Parada 174