Já está no Portal 3 a minha opinião desta semana. Em caráter especial, devido às eleições, vou postar o texto na íntegra no blog. Segue:
Creio que uma das melhores partes da política é quando nos reunimos para fazer conjecturas. As previsões sobre os rumos de uma eleição. Muitas vezes não chegamos nem perto. Mas o importante é debater, supor. É quase tão bom quanto falar de futebol.
O pleito deste ano na Capital gaúcha reserva uma situação inusitada. Até os amantes da arte da argumentação vêem-se, muitas vezes, numa sinuca de bico. Como criar uma situação hipotética para o segundo turno das eleições em Porto Alegre?
Para tal, é preciso rasgar tudo o que você já viu sobre política no Rio Grande do Sul. Quem ousaria dizer, três anos atrás que o PC do B iria se coligar com o PPS? Ou então, que a esquerda aceitaria doações da Gerdau? Melhor ainda: quem iria imaginar que, em 2006, Germano Rigotto não iria disputar o segundo turno para o Governo do Estado? Quem pensasse isso, certamente seria chamado de louco.
Mas o tempo passou e tudo isso realmente aconteceu. E neste domingo um novo capítulo na política gaúcha nos espera. Os eleitores irão às urnas votar no candidato que melhor lhe agrada, que tem a melhor das propostas, segundo sua ótica. O voto consciente deve imperar sobre todo o resto.
Encerradas as votações, em quem você apostaria para um segundo turno? As pesquisas só dão um candidato com cadeira cativa lá: José Fogaça. A disputa pela outra vaga está entre Maria do Rosário e Manuela. Quem vai chegar lá? A diferença é mínima.
Os mais cautelosos lembrariam o chamado “efeito Rigotto”. Em 2006, todas as pesquisas apontavam o então governador como presença certa no segundo turno. O que não se confirmou nas urnas. Mas não é aí que quero chegar. E também não desprezo essa chance. As projeções para o segundo turno são o meu objetivo.
Se as pesquisas estiverem certas e Fogaça chegar lá e o adversário for a Maria do Rosário: quem estará com quem? O PC do B de Manuela vai manter suas bases históricas de esquerda e apoiar a Maria do Rosário? Ou vai seguir o caminho do PPS, então apoiador de Fogaça há até bem pouco tempo? Difícil dizer, muito difícil.
Mas, se ao invés da Maria, a Manuela for para a disputa com o Fogaça? Quem o PT irá apoiar? O PC do B ou o PMDB? Se for o segundo, podemos estar diante de um acontecimento histórico. Já pensou o PMDB receber apoio do PT, como ocorre no governo Lula? Os gaúchos sempre estiveram distantes do cenário nacional onde, já há algum tempo, os dois partidos tornaram-se aliados. Adversários ferrenhos em outras épocas, PMDB e PT podem terminar de rasgar toda a cartilha política das últimas décadas. É uma hipótese que, na época do Olívio e do Britto, seria impensável.
Qualquer suposição é difícil para este pleito. Se levar em conta a história dos partidos, iremos para um caminho. Se por outro lado, analisar a situação recente em âmbito nacional, tudo o que pensei na frase anterior deve ser esquecido. Fazer conjecturas para a eleição na Capital está difícil, muito difícil. Na segunda-feira vamos saber o que nos espera.
Irmãs siamesmas?
Há 7 meses
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