sexta-feira, 31 de outubro de 2008

O presente


O ano era 2003. O mês, maio. Ia comprar algo para uma pessoa especial. Ainda em casa, pensei milhares de coisas. Desde uma rosa, até um colar de esmeraldas cristalinas. Mas é claro que não tinha dinheiro para tal aquisição. Aliás, ainda não tenho. Resignei-me a procurar algo mais clichê. Uma coisa que fosse guardada por alguns segundos. Ou quem sabe até por muitos anos.

Decidi comprar um livro. Mas qual escolheria? Na livraria havia milhares de títulos. De física a biologia, cada qual com sua singularidade. De Miguel de Cervantes a Saramago. De Martha Medeiros a Paulo Coelho. Procurei, procurei. De tanto olhar, até senti dor nos olhos.

Mas eis que surgiu em minha frente a seção de Filosofia. Estava decidido. Minhas pernas me levaram ao final da estante. E lá estava ela, a coleção aristotélica. Agora só faltava escolher o título. Não foi uma escolha fácil. Afinal, havia tantas opções. Depois de olhar muitos títulos, resolvi levar o “De Anima”. Em português, o livro de Aristóteles é chamado de “Sobre a Alma”.

Alma! É isso que o Grêmio vai precisar nas rodadas que restam para o final do Brasileirão se quiser ser campeão. Mais do que futebol bonito, a equipe tricolor terá que incorporar a tão falada “alma castelhana” se ainda quiser levantar a taça. Caso contrário, o São Paulo, que já empatou em número de pontos, é favoritaço ao título.

Enquanto isso, o meu colorado que não almeja mais nada neste Brasileirão, encara o São Paulo. Uma vitória do Inter é o presente que a torcida tricolor espera receber neste domingo, ajudando o Grêmio na busca ao título.

Contudo, como disse o Tinga numa entrevista ano passado quando, na última rodada, o Inter jogaria contra o Goiás e, com uma vitória, manteria o Timão na primeira divisão: “O time ganha quando o torcedor quer”. E agora, o que a torcida quer? Que o Inter vá com força máxima, vença o São Paulo no Morumbi e ajude o Grêmio? Ou que escale uma equipe mista, pensando no jogo da Bombonera na próxima quinta e perca o jogo? Será que o Grêmio vai receber um presente colorado neste domingo?

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*Este texto foi publicado na minha coluna de opinião no Portal 3 desta semana.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Crise tecnológica

A política no RS tem horas que da umas vaciladas. Está na Constituição Gaúcha: o Governo do Estado tem que aplicar 1,5% do orçamento no apoio à pesquisa. Mas longe disso. A soma dos últimos anos não chega nem perto.

O assunto é tema da minha opinião no Portal3 desta semana. Clique aqui e confira.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Tudo é uma questão de ponte de vista (2)


Recebi um e-mail da Manú com mais uma pérola sobre a arte do jornalismo. Eis que agora no meio esportivo. É o retrato do um ataque de um cão a duas crianças após um jogo de futebol em Porto Alegre.

O jornalismo é uma arte. E deve ser tratada como qual. O repórter que faz a cobertura de determinado fato deve fazer valer o que realmente viu. E não a informação conforme suas intenções, de forma manipulada. Não é porque seu time acaba de perder, que ele deve ser tendencioso. Eis mais um grande exemplo de jornalismo marrom.
Segue:

Dois menininhos estavam saindo de um estádio de futebol em Porto Alegre, quando um deles é atacado por um Rottweiler feroz. O outro menino imediatamente pega um pedaço de pau e dá na cabeça do cachorro, fazendo com que o cão caia morto e o amiguinho fique apenas com alguns arranhões.

Ao ver a cena, um repórter que passava pelo local correu para ser o primeiro a cobrir a estória fantástica, e começa a escrever em seu caderninho:
'Jovem Gremista Salva Amigo de Animal Feroz.'
- Mas eu não sou Gremista, disse o menino.
- Me desculpe, apenas presumi que fosse, já que estamos na saída do Olímpico e você está com a cara tão feliz.

E o repórter então se corrige:'Bravo Pequeno Juventudista Evita Tragédia com Amigo'.

-Mas eu também não sou Juventudista, disse o menino novamente.- Desculpe novamente, apenas presumi que, como estamos no Rio Grande do Sul e você não é Gremista, deveria ser Juventudista. Mas afinal, pra que time você torce?
- Sou torcedor do Inter.

E o repórter volta a escrever em seu caderninho:
'Delinqüente Colorado Assassina Brutalmente Adorável Animal Doméstico'.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Novos tempos

Já está no ar a minha opinião desta semana no Portal3. Confira:

Novos tempos

O jornalismo como vemos hoje é resultado de uma evolução que iniciou há muito tempo, com a invenção dos tipos móveis de Gutenberg. A impressão da Bíblia em 42 linhas, em 1456, foi o pontapé inicial deste processo. A partir daí, as idéias passaram a ser difundidas em grande escala. Nos séculos que se seguiram, os textos em papel foram ganhando forma e contexto. No Brasil o Correio Brasiliense, fundado em 1808, foi o primeiro periódico produzido.

É fácil compreender a importância do jornal impresso para o jornalismo. Ele está presente em todos os momentos históricos da era moderna. Mas o surgimento de outros meios de comunicação há tempos ameaça seu reinado.

O rádio foi o primeiro a pleitear o cargo. Surgiu com uma grande vantagem: podia-se ouvir o que as pessoas diziam. Mas ele, o jornal, resistiu, apesar da forte concorrência.

Mas o pior ainda estava por vir: a televisão viria para acabar de vez com o reinado do jornal impresso. Dotada de possibilidades nunca obtidas antes, como movimento, imagem e fala, a era da televisão era vista como o inicio do fim do jornal.

Mas eis que ele seguiu lá, firme. Ao invés de diminuir, como o previsto, cresceu. É cada vez maior o número de jornais em todo o mundo. Na década de 1990, a Internet veio por corroborar com o jornal, possibilitando uma velocidade de apuração nunca antes obtida.

Com a fixação do meio digital, a criação de websites cada vez mais instantâneos, o jornal impresso novamente está em xeque. Será o inicio de seu fim?

A Plastic Logic mostrou, recentemente, um protótipo do jornal do futuro. Tem cara e jeito de jornal impresso, mas páginas digitais. Para folhear, será necessário apertar no sensor, similar ao movimento que fazemos para trocar de página. A grande vantagem seria a inserção de notícias quase que simultâneas. O jornal nunca ficaria “velho”. O grande problema, porém, ainda resiste em fazer um jornal que seja “dobrável”, para que possamos guardar como fazemos com o jornal impresso.

Claro que esta novidade ainda levará alguns bons anos até que esteja disponível em larga escala, para o usuário comum. Mas já é possível imaginar. E usando da pouca criatividade que tenho, não sei se me adaptaria a novidade. Pode ser que eu esteja ficando velho. Mas falando sério, quer coisa melhor que levantar às 11 horas da manhã de um domingo, pegar o jornal impresso, deitar na rede e ler as notícias da cidade ou o texto de seu colunista favorito, escrito ontem?

Na mesma velocidade que o processo de comunicação caminha para a multipluralização, com milhares de possibilidades, o jornal impresso pode estar perdendo seu espaço. Mas sempre vai ter seu lugar cativo na sala, no café da manhã, no escritório ou no trem.

Creio que mesmo com toda esta evolução, o jornal impresso não vai perder sua graça. Vai passar a ser mais segmentado, é verdade. Mas nunca perdendo a classe. Uma vez rei, sempre rei.

Adiante seu relógio


No domingo, quando o relógio indicar 0h, começa o horário de verão. Os ponteiros deverão ser adiantados em uma hora. A medida segue até o dia 15 de fevereiro de 2009, nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Com isso, os dias vão ficar mais longos, devido também à mudança de estação. Para os privilegiados, vai ser possível ver o pôr-do-sol na beira do rio ou do mar depois do trabalho. Consagrar os restantes finais de luz do dia com um banho de mar delicioso. Ou mesmo, ler um bom livro à beira-rio.

Este ano, começa a vigorar a determinação do governo federal que estabelece uma data fixa para o horário. Conforme as novas regras, o horário de verão terá início no terceiro domingo de outubro de cada ano e será encerrado no terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte. Quando coincidir com o Carnaval, fica automaticamente prolongado por uma semana.

O Operador Nacional do Sistema – ONS prevê uma redução de 4% a 5% na demanda de energia elétrica no horário de pico. A soma representa cerca de 2 mil megawatts. O número é semelhante à redução registrada no ano passado, que foi de 2,027 mil megawatts. No RS, a economia foi de 4,6%. O horário de verão será adotado pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Zeca Baleiro no Opinião


Zeca Baleiro se apresenta no bar Opinião nesta quarta-feira e quinta-feira, sempre a partir das 22 horas. Os ingressos custam entre R$ 30,00 e 45,00. O maranhense vai apresentar versões acústicas de sucessos de sua carreira, acompanhado do cantor e compositor Tuco Marcondes. No repertório estão músicas dos CDs Baladas do Asfalto, PetShopMundoCão, Líricas, Vô Imbolá e Stephen Fry. Não dá pra perder.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Primeiro debate é na TVCOM

Dos oito candidatos que começaram a disputa à prefeitura de Porto Alegre, restam apenas dois: José Fogaça (PMDB) e Maria do Rosário (PT). Os dois avançaram ao segundo turno com 43,85% e 22,73%, respectivamente. A busca pelos 33,42% de eleitores restantes se intensifica neste domingo, 12, com o primeiro debate deste segundo turno. O confronto será transmitido pela TVCOM (canal 36) a partir das 22h, ao vivo. O jornalista Lasier Martins vai ser o mediador.

O encontro será dividido em quatro blocos, sendo no primeiro e no terceiro com perguntas de tema livre. Já no segundo e no quarto bloco, os candidatos farão perguntas a partir de um tema sorteado. As considerações finais acontecerão no quarto bloco. Cada candidato terá 30 segundos para fazer a pergunta e um minuto e 30 segundos para a resposta, com um minuto para réplica e tréplica.

O debate entre Fogaça e Maria do Rosário também será transmitido pela
Rádio Gaúcha (600AM e 93.7FM), com os repórteres trazendo informações durante o programa Gaúcha Faixa Especial.

Horário Político
A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão em Porto Alegre recomeça neste sábado, 11. E segue diariamente, e de forma ininterrupta, até o dia 24, antevéspera da eleição.

O cão no tráfico

Meu texto de opinião no Portal 3 nesta semana fala sobre um assunto inusitado. Em Porto Alegre, a PM fez o que talvez tenha sido a maior apreensão de drogas do ano em um casebre na Avenida Dique. Um detalhe chama a atenção: o único segurança a guardar os entorpecentes era um pitbull.

Confira o texto na íntegra:

O cão no tráfico

Ao longo dos séculos o mundo moldou-se com embates históricos entre gladiadores, saqueadores, reis e heróis. Vilões foram idolatrados e heróis odiados. Grandes exércitos e verdadeiras fortalezas foram criadas para proteger tesouros e artefatos.

Nascido em 356 a.C. na Macedônia, Alexandre, o Grande talvez tenha sido o mais impiedoso conquistador que a humanidade já conheceu. Era exímio conhecedor da arte da guerra. Chegou cedo ao trono, em 336 a.C., em virtude da morte de seu pai, o Rei Felipe II.

Uma vez rei, Alexandre arquitetou seu ambicioso projeto: a conquista do império persa, a mais assombrosa campanha da antigüidade. Em 332 a.C. fundou Alexandria, cidade que viria a converter-se num dos grandes focos culturais da antigüidade. Em sua época, o Rei da Macedônia criou o Império Macedônico, tendo dominado a Grécia, a Palestina, o Egito, a Pérsia, a Mesopotâmia e a Índia.

Se vivesse nos dias atuais, o grande imperador macedônico não seria rei, mas sim traficante. Alexandre, o Grande coordenaria um cartel de dar inveja à máfia italiana. Criaria um sistema tão elaborado que seu exército não teria homens e cavalos, mas todos os recursos tecnológicos disponíveis nos dias atuais. Teria uma fortuna incalculável, com centenas de mansões em ilhas paradisíacas.

Alexandre organizaria o tráfico de tal forma que, não precisaria nem dos intermediários para entregar a droga. Mas claro, conhecedor da arte da guerra que era, certamente não faria como os traficantes de Porto Alegre, que deixaram um pitbull cuidando de sua mercadoria.

O cão fazia a segurança de um casebre na Avenida Dique, na zona norte da Capital, quando levantou a suspeita dos policiais, que decidiram averiguar o que havia na casa. Lá encontraram 464 quilos de maconha, escondidos em três tonéis e em uma caixa plástica. Além da maconha, separada em 233 tijolos, havia também 300g de cocaína e 73,2 quilos de lidocaína, produto usado para aumentar a quantidade da droga.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Tudo é uma questão de ponto de vista


Se você já viu o filme (animação) Deu a Louca na Chapeuzinho vai adorar essa. Recebi a pouco um e-mail da Manuela que conta a notícia do caso da Chapeuzinho Vermelho, dado por diversos veículos de comunicação. Muito boa essa. Se fosse verdade claro.

No filme, o autor muda toda a lógica da história e ele, logo ele, o Lobo Mau, é na verdade o mocinho da história. É um filme divertidíssimo. Mas enfim. O que consta é a notícia.

Logo que entramos na universidade, a primeira coisa que ouvimos é sobre o tal mito da objetividade. Da “imparcialidade” dos jornalistas. Mas o que é ser imparcial? Como uma pessoa pode ser imparcial, se ela vê o fato segundo sua ótica. Ela pode até ser uma opinião isenta. Mas imparcial é uma palavra complicada, pois eu descrevo um fato de forma diferente do que a pessoa que está ao meu lado, vendo a mesma coisa. Quem está sendo imparcial? Quem descreve o fato de forma mais coesa? Creio que os dois deram a mesma notícia, mas de perspectivas diferentes.

Então, vamos ao e-mail. É a notícia do ataque do lobo mau à Chapeuzinho Vermelho, dada por diversos veículos da mídia nacional. Tudo é uma questão de ponto de vista e do público alvo do leitor.

Veja como ficaria:

JORNAL NACIONAL
(William Bonner): 'Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo na noite de ontem...'.
(Fátima Bernardes): '... mas a atuação de um caçador evitou uma tragédia'.

PROGRAMA DA HEBE
(Glória Maria): '... que gracinha, gente. Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo?'

CIDADE ALERTA
(Datena): '... onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? Cadê as autoridades? ! A menina ia para a casa da avozinha a pé! Não tem transporte público! Não tem transporte público! E foi devorada viva... Um lobo, um lobo safado. Põe na tela!! Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo, não tenho medo de lobo, não.'

REVISTA VEJA
Lula sabia das intenções do lobo.

REVISTA CLÁUDIA
Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho.

REVISTA NOVA
Dez maneiras de levar um lobo à loucura na cama.

FOLHA DE S. PAULO

Legenda da foto: 'Chapeuzinho, à direita, aperta a mão de seu salvador'. Na matéria, box com um zoólogo explicando os hábitos alimentares dos lobos e um imenso infográfico mostrando como Chapeuzinho foi devorada e depois salva pelo lenhador.

O ESTADO DE S. PAULO
Lobo que devorou Chapeuzinho seria filiado ao PT.

O GLOBO
Petrobrás apóia ONG do lenhador ligado ao PT que matou um lobo pra salvar menor de idade carente.

ZERO HORA
Avó de Chapeuzinho nasceu no RS.

AQUI
Sangue e tragédia na casa da vovó

REVISTA CARAS
(Ensaio fotográfico com Chapeuzinho na semana seguinte)
Na banheira de hidromassagem, Chapeuzinho fala a CARAS: 'Até ser devorada, eu não dava valor para muitas coisas da vida. Hoje sou outra pessoa'

PLAYBOY
(Ensaio fotográfico no mês seguinte)Veja o que só o lobo viu.

REVISTA ISTO É
Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente.

G MAGAZINE
(Ensaio fotográfico com lenhador)Lenhador mostra o machado


SUPER INTERESSANTE
Lobo mau! mito ou verdade ?


DISCOVERY CHANNEL
Vamos determinar se é possível uma pessoa ser engolida viva e sobreviver


Isso serve para reflexão sobre nossa forma de Comunicação!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Eleições

O final de semana foi agitado. A corrida eleitoral corroborou para que tivesse pouco tempo para posts políticos no final de semana. Mas para não passar batido, deixo o sincero agradecimento às 258 pessoas que acreditaram na candidatura de meu pai, José Barbosa.

E principalmente, gostaria de agradecer as palavras de solidariedade dos companheiros de legenda que, mesmo com o pai tendo ficado de suplente, reconheceram a importância dele para o pleito. É através da união que se conquista uma vitória. Não somente com promessas, mas com propostas. A receptividade que encontrei ontem dos tucanos me surpreendeu. Coisa que em muitos anos de PMDB não tinha visto. É sinal de novos tempos. Achei muito bacana o gesto das pessoas vindo cumprimentar e salientando a luta e a importância das pessoas que, mesmo não tendo votado nele, lamentaram a perda e, acima de tudo, reconheceram seu trabalho e importância.

Para aqueles que bateram palmas quando ele deixou o PMDB dois anos atrás, rumo à um novo projeto no PSDB, lembro: aquele que dá é também aquele que tira. Parabéns Darcy pela esmagadora vitória, com 1410 votos de diferença.

Para não gastar maiores comentários sobre política, vou fazer do uso do toxto da minha amiga Carlinha, que teve a felicidade de nascer em um grande dia, o mesmo que o meu (6 de outubro), mas odeia política. Mas mal sabe ela que a Cafeteria é o lugar onde mais se faz política. É na cafeteria que traçamos os grandes debates, as principais conjecturas. Mas sabe ela que, em seu texto odioso à política, fez nada menos que, política.

Segue:

"Meu verso calado"

As eleições acabam domingo!!!
Eu não sou mesária dessa vez!!!
E é isso o que eu tenho pra falar. Odeio política, que fique claro.

Odeio tanto que vou dizer o que eu penso dela: a política é a forma mais desonesta e hipócrita que os humanos bolaram de tentar dominar cargos. É como se fossem pequenos líderes de chapa estudantil que prometem um show da Madonna no ginásio e, quando ganham, apenas tiram onda da popularidade e o ginásio continua abandonado e com papéis de 7 belo's no chão.

É o homem-barbado e a mulher-madura fazendo papéis de atores na tv, contratando idiotas pra gritar musiquinhas altamente irritantes na rua - e atrapalhar as caminhadas do parcão, por exemplo -, sujar a cidade com folhetos estupradores de opinião, e atrapalhar o bom andamento do rádio e da televisão. É o circo dos horrores, os erros crassos, o descaso social; tudo isso na sua forma mais descarada. Eleitores fingem que enganam, o povo finge que acredita, vota em qualquer um e depois vai pra casa pra, na semana seguinte, reclamar da política e do descaso social.

Uma babaquice total, sem limites, sem padrão.Como eu acho que deveria mudar? Sempre fui a favor da "escola de políticos". Uma espécie de faculdade de administração com termos econômicos, linguísticos, políticos, geográficos, históricos, etc. Nisso, pra cooomeçar, se tu quisesse se candidatar tinha, no mínimo, que ter feito essa faculdade. Não é porque tu é médico, gari ou cineastra que entende de política.

Segundo que eu acho que os políticos tinham que ser analisados (em caso de "mensalão", por exemplo) por membros de universidade e/ou cabeças pensantes, a classe favorecida intelectualmente. Sorteados aleatoriamente, os membros dessa equipe estudariam o caso do "ladrão". A coisa mais corrupta que existe no planeta são os próprios políticos se apoiando pra roubar mais.

Terceiro..Brasileiro tinha que ter garra de Argentino.Falem o que quiserem, aquele povo tá até hoje pedindo as Malvinas nas reuniões da ONU, e batem panela quando precisam.Aqui, pra tudo tem um "jeitinho". É só novela e futebol. Pra puta que pariu todo mundo..Lembram da política do "pão e circo" ? Lembram dos gladiadores sendo lacerados por leões pra poder entreter a visão obscurecida do povo??? Aqui é pior, porque temos algumas centenas de anos a mais de cultura e informação. Eu odeio política, fato.


sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Nervos a flor da pele


Esquentou a briga. O último debate entre os candidatos a prefeito de Porto Alegre foi bastante movimentado. O duelo, ocorrido no Teatro da AMRIGS e transmitido pela RBS TV foi caloroso. Apesar das inúmeras discussões e de três pedidos de direito de resposta, negados pela coordenação do programa, o nível foi bom.

O debate aconteceu entre seis dos oito prefeituráveis. Como regra, somente os candidatos com representação na Câmara Federal poderiam participar. Por pouco o debate não foi cancelado, como ocorreu em outras capitais. Uma salva para Carlos Gomes, candidato do PHS, que fez acordo com a RBS e trocou a participação por uma entrevista no Jornal do Almoço e outras inserções extras.

A candidata Luciana Genro (PSOL) mostrou farpas para todos os lados e acabou saindo-se bem. Na falta de propostas, o que restou foi o ataque aos demais.

De resto, sem comentar muito a performance de ambos, saliento como é diferente ver o debate ao vivo. Na televisão não conseguimos prestar atenção no contexto em que ocorre o debate. Muita coisa passa sem que seja mostrada no ar.

A platéia, por exemplo: dividida em 80 convidados por candidatos, tinha horas que parecia um campo de guerra. Mas tudo só passou de algazarra. Ânimos agitados. Pessoas civilizadas.

Marchezan relembrou as propostas voltadas à saúde. Idéias simples, mas que trariam um grande benefício à população. Resolver o problema de gestão na saúde, informatizando o ciclo de consultas é uma ótima sacada. É incrível que em pleno século XXI Porto Alegre ainda não tenha informatizado sua saúde.

A Manuela é muito engraçada. Parece uma guria inquieta. Não parava um minuto. Parecia um pouco nervosa. Prova disso ocorreu em dado momento, quando depois de responder uma pergunta, perdeu-se sobre pra quem deveria perguntar.

Já o Fogaça estava tranquilão, na dele. Resultado de quem já conhece há muito o campo dos debates. Não atacou ninguém. Mas procurou-se defender de todos. O cara era o alvo.

A Maria do Rosário vem sempre com aquele papinho demagogo onde, o PT sempre é o melhor. E que com ela, os recursos virão. Graças ao tio Lula. Claro que isso não se pode levar muito em conta. O presidente é do Brasil. E não do partido.

Vou parando por aí, pois o post já ta grandinho. Mas não poderia deixar de registrar que o Lasier Martins também se perdeu algumas vezes. Via-se muito agitado sempre que a platéia reagia a determinadas colocações dos candidatos.

Muito bom o debate na RBS. Gostei. Que diferença ver ao vivo e na televisão.

Conjecturas

Já está no Portal 3 a minha opinião desta semana. Em caráter especial, devido às eleições, vou postar o texto na íntegra no blog. Segue:

Creio que uma das melhores partes da política é quando nos reunimos para fazer conjecturas. As previsões sobre os rumos de uma eleição. Muitas vezes não chegamos nem perto. Mas o importante é debater, supor. É quase tão bom quanto falar de futebol.

O pleito deste ano na Capital gaúcha reserva uma situação inusitada. Até os amantes da arte da argumentação vêem-se, muitas vezes, numa sinuca de bico. Como criar uma situação hipotética para o segundo turno das eleições em Porto Alegre?

Para tal, é preciso rasgar tudo o que você já viu sobre política no Rio Grande do Sul. Quem ousaria dizer, três anos atrás que o PC do B iria se coligar com o PPS? Ou então, que a esquerda aceitaria doações da Gerdau? Melhor ainda: quem iria imaginar que, em 2006, Germano Rigotto não iria disputar o segundo turno para o Governo do Estado? Quem pensasse isso, certamente seria chamado de louco.

Mas o tempo passou e tudo isso realmente aconteceu. E neste domingo um novo capítulo na política gaúcha nos espera. Os eleitores irão às urnas votar no candidato que melhor lhe agrada, que tem a melhor das propostas, segundo sua ótica. O voto consciente deve imperar sobre todo o resto.

Encerradas as votações, em quem você apostaria para um segundo turno? As pesquisas só dão um candidato com cadeira cativa lá: José Fogaça. A disputa pela outra vaga está entre Maria do Rosário e Manuela. Quem vai chegar lá? A diferença é mínima.

Os mais cautelosos lembrariam o chamado “efeito Rigotto”. Em 2006, todas as pesquisas apontavam o então governador como presença certa no segundo turno. O que não se confirmou nas urnas. Mas não é aí que quero chegar. E também não desprezo essa chance. As projeções para o segundo turno são o meu objetivo.

Se as pesquisas estiverem certas e Fogaça chegar lá e o adversário for a Maria do Rosário: quem estará com quem? O PC do B de Manuela vai manter suas bases históricas de esquerda e apoiar a Maria do Rosário? Ou vai seguir o caminho do PPS, então apoiador de Fogaça há até bem pouco tempo? Difícil dizer, muito difícil.

Mas, se ao invés da Maria, a Manuela for para a disputa com o Fogaça? Quem o PT irá apoiar? O PC do B ou o PMDB? Se for o segundo, podemos estar diante de um acontecimento histórico. Já pensou o PMDB receber apoio do PT, como ocorre no governo Lula? Os gaúchos sempre estiveram distantes do cenário nacional onde, já há algum tempo, os dois partidos tornaram-se aliados. Adversários ferrenhos em outras épocas, PMDB e PT podem terminar de rasgar toda a cartilha política das últimas décadas. É uma hipótese que, na época do Olívio e do Britto, seria impensável.

Qualquer suposição é difícil para este pleito. Se levar em conta a história dos partidos, iremos para um caminho. Se por outro lado, analisar a situação recente em âmbito nacional, tudo o que pensei na frase anterior deve ser esquecido. Fazer conjecturas para a eleição na Capital está difícil, muito difícil. Na segunda-feira vamos saber o que nos espera.

Não deu pro Sessim


É parece que não vai ser desta vez que o Sessim vai conseguir voltar ao cenário eleitoral. Melhor dizendo, que vai conseguir concorrer. O cara já virou um mito, tamanhas são as tentativas frustradas de pleitear novamente o cargo de prefeito de Tramandaí. Tem no seu histórico inúmeros desvios de dinheiro, prisões e fugas mirabolantes.

A decisão do TSE foi coerente com as decisões anteriores, confirmando a decisão do Tribunal Regional Eleitoral, que negou o registro da candidatura do ex-prefeito de Tramandaí. Agora não tem mais recurso. Sessim está definitivamente fora do pleito.

Contudo, seu nome ainda aparecerá na urna eletrônica, tendo em vista que faltam poucos dias para a eleição. Podemos ter novamente uma grande soma de votos anulados em Tramandaí, como aconteceu na eleição anterior.

Penso que se, por um lado a justiça eleitoral está certa em proibir sua candidatura, por outro deveriam deixá-lo concorrer. Terminaria assim “o mito Sessim”, que amedronta os candidatos em todas as eleições. Não há como negar que seria um fortíssimo candidato, mas creio que seu tempo já passou. Se Sessim concorresse e fosse derrotado, nunca mais ouviríamos falar nele. Agora, resta esperar a próxima eleição.

Confira a decisão do ministro Felix Fischer, o mesmo que acabou com a esperança de Daniel Bordignon de concorrer em Gravataí:
"Decisão Monocrática em 01/10/2008 - RESPE Nº 29787 MINISTRO FELIX FISCHER
Vistos etc.,
Cuida-se de recurso especial eleitoral interposto por Eloi Braz Sessim contra v. acórdão proferido pelo e. TRE/RS assim ementado (fl. 267):
"Recurso. Eleições 2008. Impugnação a registro de candidatura. Acolhimento das impugnatórias, sob fundamento de que a vida pregressa do pré-candidato atenta contra os princípios da moralidade e probidade administrativa.
Preliminar de nulidade afastada. Candidato processado e condenado em inúmeros feitos de natureza criminal contra a Administração Pública, pendentes de trânsito em julgado. Tramitação de recursos nas instâncias superiores em relação a outras tantas condenações, inclusive por crime de responsabilidade e de improbidade administrativa. Extinção da punibilidade lograda pelo recorrente em diversos processos. Acórdão desta Corte que indeferiu o registro de candidatura do recorrente às eleições de 2004. Conduta processual da parte evidencia emprego de medidas protelatórias do trânsito em julgado, que dão azo a que o recorrente invoque o princípio da inocência e ausência de coisa julgada em favor do seu registro de candidatura.
Existência de feito no qual não se pode mais desconstituir o mérito da decisão condenatória. Efeitos que não podem mais ser modificados, gerando restrição ao exercício dos direitos políticos e condição de inelegibilidade. Processos nos quais foi declarada extinta a punibilidade, após a prescrição, sofrem a incidência da inelegibilidade prevista no art. 1º, I, e, da Lei Complementar n. 64/90.
Provimento negado" .
Versam os autos sobre pedido de registro de candidatura de Eloi Braz Sessim, que pretende disputar a chefia do executivo de Tramandaí (RS) nas eleições 2008, impugnado pelo Ministério Público Eleitoral.
O juízo monocrático acolheu a impugnação, "com base no princípio da moralidade e probidade administrativa e os fatos comentados anteriormente em relação à vida pregressa do impugnado (...)" (fl. 189). Prevaleceu, portanto, a inelegibilidade do pré-candidato, nos termos do art. 1º, I, e, da LC nº 64/90.
Irresignado, o interessado recorreu ao e. TRE do Rio Grande do Sul, que manteve o indeferimento do pedido de registro, nos termos da ementa transcrita.
Nas razões do especial o recorrente aduz, em síntese, que:
a) "o Acórdão hostilizado violou princípios constitucionais, além é claro de ter proferido uma decisão ultra petita, ou seja, o órgão jurisdicional concede mais do que o reclamado" (fl. 291);
b) houve ofensa à norma prevista no art. 1º, I, e, da LC
nº 64/90 e ao art. 15, III da Constituição Federal;
c) não há prescrição da pretensão executória nos processos 073/2.04.001188-5 e 693122541. "(...) nos dois processos aduzidos pela julgadora, o recorrente foi beneficiado com a decretação da prescrição da pretensão punitiva e não executória. Sendo assim, é pacífico na doutrina e na jurisprudência que tal ocorrência apaga todos os efeitos da condenação" (fls. 300-301);
d) há violação ao art. 15, III, da CR, porquanto "no caso vertente não há nenhuma condenação criminal com trânsito em julgado. Assim, houve violação por parte do Acórdão recorrido, já que somente o óbice imposto na lei poderia dar ensejo à inelegibilidade" (fl. 292).
Parecer da d. Procuradoria-Geral Eleitoral (fls. 446-448) pelo não-provimento do recurso, ao fundamento de que a análise das razões recursais implicaria reexame de fatos e provas, defeso, nos termos da Súmula nº 7/STJ.
Relatados, decido.
Conheço do recurso por entender que preenche os requisitos de admissibilidade, inclusive o da tempestividade.
Prima facie, o recorrente alega que o v. aresto combatido revela "(...) uma decisão ultra petita, ou seja, o órgão jurisdicional concede mais do que o reclamado" (fl. 291).
A toda evidência, não se pode falar em decisão ultra petita. Na hipótese dos autos, o c. Tribunal a quo manteve sentença de indeferimento do registro de candidatura do recorrente, tendo apenas fundamentado de forma diversa sua conclusão. Merece transcrição o seguinte excerto do v. aresto atacado:
"Por tudo o que se disse, resta claro que a sentença que indeferiu o pedido de registro de candidatura de Elói Braz Sessim merece ser mantida, porém, por fundamento diverso do que foi considerado pelo magistrado a quo, que baseou a decisão de indeferimento na vida pregressa do pré-candidato" (fl. 282).
O recorrente não se encontra, nesta quadra, em situação diversa ou menos favorável, uma vez que o cerne da lide continua sendo sua participação nas eleições 2008.
Superada a questão, passo ao exame de mérito.
Três fundamentos nortearam o convencimento da e. Corte a quo: a) foram apresentadas várias condenações criminais contra o ora recorrente, sendo que em duas delas houve prescrição da pretensão executória; b) ações que discutem as condenações não tiveram trânsito em julgado somente por força de recursos que, segundo se concluiu, têm intuito meramente protelatório; c) deve ser mantida a sentença recorrida, não pela análise de vida pregressa, mas sim pela efetiva suspensão de direitos políticos do ora recorrente.
No exame da quaestio juris dos autos, não me atenho ao segundo fundamento adotado pela e. Corte Regional: ser ou não meramente protelatório o intuito de discutir judicialmente as diversas condenações criminais arroladas pelo r. voto condutor do decisum combatido.
Atribuo destaque ao primeiro fundamento que, autônomo, impede o provimento do apelo nobre. A e. Corte Regional, soberana na análise do substrato fático-probatório dos autos, consignou que em dois processos criminais ajuizados contra o ora recorrente, houve prescrição da pretensão executória. Confira-se:
"Agrego, como fundamento do voto de indeferimento do pedido de registro de candidatura do recorrente, deve ser verificada a incidência da alínea 'e', pois as condenações nos processos 073/2.04.001188-5 e 693122541, nos quais foi declarada extinta a punibilidade após a prescrição, tiveram a decisão transitada em julgado em datas de 11/09/2006 e 03/04/2006, respectivamente.
Conforme assentado na jurisprudência do c. TSE, nessa hipótese, incide a inelegibilidade prevista na alínea 'e'" (fl. 284).
A e. Corte Regional mencionou precedentes deste e. Tribunal que confirmam persistir, após extinta a pretensão executória, a inelegibilidade prevista no art. 1º, I, e, da Lei Complementar nº 64/90. De fato, esse entendimento é pacífico na jurisprudência desta e. Corte. Transcrevo o sumário dos seguintes julgados:
"(...)
- Conforme amplamente debatido pelo Tribunal no julgamento do Recurso Especial nº 23.851, relator designado Ministro Carlos Velloso, de 17.3.2005, a inelegibilidade prevista no art. 1º, I, e, da LC nº 64/90, incide após a prescrição da pretensão executória" (g. n.) (REspe nº 28390, Rel. e. Min. Caputo Bastos, 18.8.2008);
"RECURSO ESPECIAL. REGISTRO DE CANDIDATO. INDEFERIMENTO. MOTIVO. CONDENAÇÃO TRANSITADA EM JULGADO. CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA. EXTINÇÃO DA PENA. INELEGIBILIDADE POR TRÊS ANOS. LC nº 64/90, art. 1º, I, e. CPC, art. 462.
1 - As condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser aferidas ao tempo do registro de candidatura (Ac. nº 22.676,
rel. Min. Caputo Bastos).
2 - Aplicabilidade do art. 462 do CPC nas instâncias ordinárias.
3 - Hipótese em que incide a inelegibilidade, por três anos, após a prescrição da pretensão executória.
Recurso especial desprovido" (g. n.) (REspe nº 23.851, Rel. designado e. Min. Carlos Velloso, DJ de 26.8.2005);
"DIREITOS ELEITORAL E PROCESSUAL. AGRAVO INTERNO. REGISTRO. INELEGIBILIDADE. COLIGAÇÃO. INTERESSE E LEGITIMIDADE PARA IMPUGNAR. CONDENAÇÃO CRIMINAL. PRESCRIÇÃO. NÃO-DEMONSTRAÇÃO. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL PARA DECLARAR PRESCRIÇÃO DE CRIME NÃO ELEITORAL. RECURSO DESPROVIDO.
(...)
II- Condenação criminal. Alegação de prescrição da pretensão executória. O reconhecimento da prescrição da pretensão executória afasta apenas a execução das penas corporal ou pecuniária, subsistindo os efeitos secundários da decisão condenatória e a inelegibilidade. Ausência de comprovação da declaração da prescrição pela Justiça competente. Impossibilidade de reconhecimento, pela Justiça Eleitoral, em sede de registro de candidatura, de prescrição da pretensão punitiva ou executória de decisão condenatória prolatada pela Justiça Comum estadual. Precedentes da Corte" (g. n.) (RO nº 654, Rel. e. Min. Sálvio Figueiredo, publicado em Sessão de 4.10.2002).
Merece nota, ademais, que o próprio recorrente admite "que na prescrição da pretensão executória, incidem os efeitos da condenação, tais como o de inelegibilidade disposto no art. 1º, inc. I, da Lei Complementar nº 64/90" (g. n.) (fl. 300). Entretanto, o recorrente pretende, na via especial, obter novo exame fático-probatório, já realizado pela e. Corte Regional, manifesto na aventada análise documental relacionada aos processos 073/2.04.001188-5 e 693122541. Isso para que se reconheça, no ponto, a alegada prescrição da pretensão punitiva. Nesse sentido
alega: "apenas para que não pairem dúvidas sobre a ocorrência e decretação da prescrição da pretensão punitiva nos processos supra mencionados
anexam-se aos autos do recurso as respectivas Certidões" (fl. 303).
A toda evidência, descabe, em sede de recurso especial, o pretenso reexame de provas (Súmulas nos 7/STJ e 279/STF).
Com essas considerações, nego seguimento ao recurso especial eleitoral, nos termos do art. 36, §6º, do RI-TSE.
Publique-se.
Brasília, 1º de outubro de 2008.
MINISTRO FELIX FISCHERRelator"

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Supimpa!

Grande David Coimbra. A cada dia prova que é um grande cronista. Na ZH de hoje ele publicou uma crônica esportiva intitulada “O livro de Jó”. Confesso que nem ia ler. Apesar de ser muito fã do David, não é todo dia que leio suas crônicas. Elas geralmente surgem diante de meus olhos quando não acho o que procurava na ZH.

E pra não fugir a rotina diária, aconteceu novamente hoje. Estava procurando a coluna do Falcão. Tinha esquecido que ele está de férias. Só volta depois das eleições. Daí li o Wianey, o Pedro Ernesto. Mas estava faltando alguma coisa. Foi então que vi o texto do David Coimbra. E lá dizia: O livro de Jô. Mas um título assim em uma crônica esportiva? Fiquei curioso. E comecei a ler.

Supimpa! É o mínimo que se pode dizer. O cara tirou o Jó para falar de futebol. Achei muito boa a sacada. E claro da desgraça gremista.

De toda a crônica, o que mais gostei da foi da poética filosófica:
“Há lugares de onde se tira a prata,

lugares onde o ouro é apurado;
o ferro é extraído do solo;
o cobre, de uma pedra fundida.
Mas a sabedoria, de onde sai?
Onde está o jazigo da inteligência?
Deus conhece o caminho para encontrá-la;
É ele quem sabe o seu lugar”.

Clique e confira na íntegra a crônica do David publicada na ZH de hoje.